Os tios maternos da bebê de um ano que foi baleada na cabeça pelo próprio pai no município de Itaporanga, no Sertão paraibano, protocolaram nesta terça-feira (15) o pedido formal de guarda da criança. A bebê, que segue internada no Hospital de Trauma de Campina Grande, mas estável, apresentou sinais de melhora nos últimos dias, já se movimenta e tenta se comunicar, segundo familiares.
A iniciativa dos tios vem após o crime brutal ocorrido no dia 29 de junho, quando a mãe da menina foi assassinada a tiros pelo companheiro e pai da criança, o ajudante de vidraceiro Elson Félix, de 35 anos. O feminicídio aconteceu dentro da residência da família, localizada no conjunto Chagas Soares.
Em entrevista à TV Correio, a tia da bebê, visivelmente emocionada, afirmou que pretende assumir a criação da sobrinha, que se chama Eloa. "Eu vou cuidar de Eloa, já fiz o pedido da guarda dela, e isso vai ser, para mim, uma vitória que a Justiça me dê esse direito. Eu já me sinto como mãe dela. Sei que está sendo muito difícil o que minha família está passando, mas a vitória vem dela", declarou.
O tio da criança reforçou o compromisso do casal com a bebê e destacou que, mesmo antes da formalização legal, já estão cuidando da menina. “Um sentimento de tristeza pelo fato, mas tudo está entregue nas mãos de Deus e da Justiça. A nossa única preocupação no momento é cuidar de Eloa, que significa divindade, força, vitória, e ela representa a família unida”, afirmou.
Ele contou ainda que o Ministério Público já reconheceu o direito de cuidado provisório com a criança e que agora aguardam os trâmites legais para concluir o processo de guarda. “Minha esposa está com ela desde o início e acompanha cada progresso. Mesmo em estado grave, na UTI, seguimos firmes ao lado dela e vamos estar presentes por toda a vida”, completou.
No final de junho, Elson Félix invadiu a casa da família e efetuou os disparos que tiraram a vida da companheira de 28 anos e atingiram a filha do casal. O crime ocorreu apenas dois dias após Elson ter sido libertado da prisão, onde estava detido por agredir a mesma mulher.
Após o crime, Elson fugiu, mas foi capturado pela Polícia Militar no dia 1º de julho na zona rural de Itaporanga. Ele alegou ter jogado a arma do crime em um rio, porém, a Polícia acredita que o armamento esteja em posse da facção criminosa à qual ele é ligado e que atua na região do Vale do Piancó.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil, que busca responsabilizar todos os envolvidos e garantir justiça à vítima e sua filha sobrevivente.
Por Patos Online
Com informações do Portal Correio