Foi sepultado na tarde deste domingo (9), no cemitério São Lucas, em Paulo Afonso (BA), o corpo da policial penal paraibana Edivânia Vieira da Silva, de 44 anos. O enterro ocorreu sob intensa comoção e contou com a presença de familiares, amigos, servidores do sistema penitenciário e autoridades locais. Edivânia foi encontrada morta dentro de casa no bairro Jardim Magnólia, em Patos, no sábado (8). O marido dela, Leo Pereira Lima, de 37 anos, é o principal suspeito e está preso.
O velório ocorreu no Grupo de Assistência Familiar Santa Terezinha, em Paulo Afonso, onde a policial nasceu e cresceu. Em clima de forte tristeza, o cortejo percorreu as principais ruas da cidade acompanhado por viaturas da Polícia Penal com sirenes acionadas em homenagem à servidora.
No sepultamento, colegas de farda carregaram o caixão coberto por uma bandeira e pelas fardas da unidade prisional onde Edivânia atuava. Servidora há 13 anos, ela era lotada no Presídio Feminino de Patos e era amplamente reconhecida pela conduta ética, compromisso e profissionalismo.
Edivânia foi encontrada morta ao lado da cama, ainda fardada, depois de dois dias sem contato com familiares e colegas. A perícia identificou marcas de esganadura no pescoço, hematomas, e não constatou perfurações no corpo. Em uma parede da residência, havia pichações com menção a uma facção criminosa — elemento que, segundo a polícia, foi utilizado para tentar simular atuação de terceiros e desviar o foco das investigações.
Na manhã deste domingo (9), a Justiça da Paraíba homologou a prisão temporária de Leo Pereira Lima, que mantinha relacionamento com a vítima e é apontado como o principal investigado.
A audiência de custódia aconteceu às 11h, na 1ª Vara Mista de Patos, conduzida pela juíza plantonista Isabella Joseanne Assunção Lopes Andrade de Souza. O Ministério Público foi representado pelo promotor Ernani Lucas Nunes Menezes, e o custodiado estava acompanhado de sua defesa.
Durante o procedimento, foram cumpridos todos os protocolos previstos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluindo entrevista reservada, verificação da legalidade da prisão e inspeção quanto a possíveis sinais de maus-tratos. A magistrada confirmou a regularidade do mandado expedido e homologou o cumprimento da prisão.
A defesa solicitou que Leo Pereira fosse encaminhado a uma unidade prisional de segurança máxima em João Pessoa. O pedido foi aceito, embora a juíza tenha ressaltado que a Administração Penitenciária pode definir outra unidade conforme critérios internos. A transferência ocorreu ainda na tarde deste domingo.
A Secretaria de Administração Penitenciária da Paraíba (Seap-PB) e a Associação Geral dos Policiais Penais (Ageppen-PB) divulgaram notas de pesar lamentando profundamente a morte de Edivânia e destacando sua história de dedicação ao sistema penitenciário.
As investigações seguem sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios e Entorpecentes (DHE) de Patos.
Por Patos Online