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Mortandade de peixes é registrada na Barragem da Farinha, em Patos, devido ao baixo nível de água; veja o vídeo
Reservatório opera com menos de 1% da capacidade e pescadores pedem medidas emergenciais
19/12/2025 11h31 Atualizada há 2 horas
Por: Felipe Vilar Fonte: Patos Online
Foto: reprodução

A grave crise hídrica que reduziu drasticamente o volume de água da Barragem da Farinha, localizada em Patos, no Sertão da Paraíba, tem provocado um cenário preocupante. Dezenas de peixes foram encontrados mortos nos últimos dias, boiando no reservatório, que enfrenta uma das piores situações hídricas já registradas desde sua construção em 1975. 

Na manhã desta sexta-feira (19), um vídeo gravado no local mostra a situação preocupante. As imagens captadas flagraram uma grande quantidade de peixes mortos espalhados pela lâmina d’água.

 
 
 
 
 
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Conforme levantamento divulgado pela Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (AESA) na quinta-feira (18), o manancial opera atualmente com menos de 0,99% de sua capacidade total, equivalente a aproximadamente 200 mil metros cúbicos, o que agrava ainda mais o risco à fauna aquática.

Tendo em vista o quadro crítico, pescadores defendem como alternativa a retirada dos peixes que ainda resistem no reservatório, com a transferência para outros mananciais, a exemplo do açude do Jatobá, que encontra-se atualmente em situação hídrica melhor, com cerca de 11,8% de seu volume máximo. No entanto, a proposta esbarra nas restrições impostas pelo período do defeso da piracema, em vigor desde o dia 1º de dezembro e com término previsto para o fim de fevereiro, como já havia explicado o presidente da Colônia de Pescadores Z-40 de Patos, Itamar Targino.

Durante o período de defeso, a legislação ambiental proíbe qualquer tipo de pesca ou remoção de peixes dos reservatórios, mesmo em situações de transferência. O descumprimento da norma pode resultar em sanções como condução à delegacia, pagamento de fiança, aplicação de multa no valor de R$ 500 por peixe apreendido e suspensão de benefícios para pescadores cadastrados em colônias.

Mesmo impedidos de agir, os pescadores demonstram apreensão com a mortandade e alertam para os prejuízos ambientais e econômicos que podem surgir no futuro, especialmente com a chegada do período chuvoso e a retomada da atividade pesqueira. Um ofício já foi enviado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) solicitando autorização para o resgate dos peixes que estão morrendo na Barragem da Farinha. No entanto, até o momento, o órgão não se pronunciou. 

Eles cobram a atuação das autoridades ambientais para que a situação seja avaliada e a possibilidade de uma autorização emergencial analisada.

Por Patos Online