A Justiça da Paraíba homologou, na manhã deste domingo (9), a prisão temporária de Leo Pereira Lima, de 37 anos, suspeito de envolvimento na morte da companheira e policial penal Edivânia Vieira da Silva, de 44 anos, encontrada morta dentro de casa no bairro Jardim Magnólia, em Patos, no sábado (8).
A audiência de custódia foi realizada no final da manhã, por volta das 11h, na sala de audiências da 1ª Vara Mista de Patos, no Fórum Miguel Sátyro, sob condução da juíza plantonista Dra. Isabella Joseanne Assunção Lopes Andrade de Souza. O Ministério Público foi representado pelo promotor Ernani Lucas Nunes Menezes, e o custodiado esteve acompanhado de advogados.
Durante o procedimento, foram observados todos os protocolos da Resolução do CNJ — que regulamenta a apresentação de presos à autoridade judicial — incluindo entrevista reservada com a defesa e verificação de eventuais sinais de maus-tratos.
A magistrada constatou que o mandado de prisão temporária, expedido nos autos, estava válido e regularmente cumprido pela Delegacia de Homicídios e Entorpecentes (DHE) de Patos. Após análise, a juíza homologou o cumprimento da ordem judicial.
A defesa solicitou que o custodiado fosse encaminhado para uma Penitenciária de Segurança Máxima, em João Pessoa — pedido acolhido na decisão. No entanto, a juíza destacou que o encaminhamento do preso pode ser feito também a qualquer outra unidade prisional indicada pela Administração Penitenciária.
Leo Pereira Lima foi preso na noite de sábado (8), por volta das 22h30, na cidade de Caetés (PE), após ação integrada da Polícia Civil da Paraíba, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar de Pernambuco e Polícias Penais dos dois estados.
O delegado Diego Passos, da DHE, explicou:
“Procedemos ao cumprimento do mandado de prisão temporária em relação ao investigado. Ele mantinha relação conjugal com a policial e foi localizado em Caetés após trabalho de inteligência.”
O delegado Claudinor Lúcio, também da DHE, relatou que a equipe esteve no local do crime ainda no sábado e representou pela prisão logo após os primeiros levantamentos.
Edivânia, policial penal há 13 anos e lotada no Presídio Feminino de Patos, foi encontrada morta em sua residência após dois dias sem contato com familiares e colegas. Ela estava ao lado da cama, ainda fardada, indicando que a morte pode ter ocorrido pouco depois de chegar do trabalho.
A perícia identificou indícios de violência, incluindo, marcas de esganadura no pescoço e hematomas no corpo. Além disso, pichações com referência a uma facção criminosa na parede — que, segundo a polícia, teriam sido feitas para simular atuação de terceiros e confundir as investigações.
A Seap-PB e a Ageppen-PB divulgaram notas de pesar destacando a trajetória profissional da policial penal, reconhecida pela dedicação e respeito entre colegas.
Na nota oficial, a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária da Paraíba (Seap-PB) destacou os 13 anos de atuação de Edivânia no sistema penitenciário estadual, onde era reconhecida pela competência, seriedade e postura ética:
“Edvânia Vieira da Silva dedicava sua vida ao Sistema Penitenciário da Paraíba desde 2012. Lotada na Penitenciária Feminina de Patos, era respeitada pela competência técnica, proatividade e conduta ética inabalável”, diz a nota.
A Associação dos Policiais Penais da Paraíba (Ageppen-PB) igualmente lamentou a morte da servidora, enfatizando seu compromisso com o serviço público e seu legado profissional:
“Edvânia dedicou 13 anos de sua vida ao serviço público, atuando com zelo, compromisso e profissionalismo no Presídio Feminino de Patos”, afirmou a instituição.
O velório e o sepultamento ocorrerão na cidade natal da vítima, Paulo Afonso (BA). As investigações seguem sob responsabilidade da Delegacia de Homicídios e Entorpecentes de Patos.
Por Patos Online