Uma nova espécie de serpente foi descoberta por pesquisadores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), em parceria com pesquisadores de outras instituições do país, no Pico do Jabre, que fica na região de Matueria, sertão da Paraíba.
O fato foi publicado na maior editora canadense de periódicos científicos, a Canadian Science Publishing, no último dia 18 de janeiro de 2022. Com o nome de Bothrops jabrensis, termo científico para jararaca-do-jabre, que foi encontrada em 2016, a nova espécie de serpente foi descoberta durante uma pesquisa de campo da equipe do Laboratório de Herpetologia da UFCG.
“Achamos o encontro da espécie inusitado, pois foi encontrada na vegetação. Entramos em contato com um amigo, Marco Antonio Freitas, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que é especialista em jararacas, e ele imediatamente reconheceu que estes indivíduos eram diferentes de outras espécies brasileiras e, a partir daí, entramos em contato com Fausto Barbo e Felipe Grazziotin, especialistas em jararacas do Instituto Butantan, e com Gentil Pereira, especialista em taxonomia de serpentes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Foi quando começamos o desenvolvimento da escrita do trabalho”, detalhou o professor Marcelo Kokubum.
Os cientistas conseguiram confirmar a nova espécie após estudo molecular, que foi realizado pelo Instituto Butantan, onde foram apontadas várias diferenças genéticas em relação a outras espécies de jaracacas, confirmando uma linha filogenética que vem evoluindo há mais de 8 milhões de anos.
O professor Marcelo disse que a preservação da natureza, o cuidado com o meio ambiente e as pesquisas proporcionam esse tipo de acontecimento, além de destacar o risco de extinção por conta da caça e das queimadas.
“Como outros enclaves de floresta úmida da Caatinga, o Pico do Jabre é constantemente ameaçado por caça e queimadas ilegais, desmatamento para fins agrícolas e extração ilegal de madeira. A distribuição restrita da jararaca-do-jabre sugere fortemente que esta espécie, recém-descoberta, já está criticamente ameaçada e provavelmente está se aproximando da extinção como uma população natural”, lembrou o professor.
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Foto: divulgação | UFCG
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