Maria Gorete de Araújo Pereira, 39 anos, descobriu em dezembro de 2018 que estava acometida com câncer de útero. Ela é casada há 12 anos com Josevandro da Silva Melquíades, mais conhecido por Vandinho. O casal tem duas filhas ainda pequenas e reside no Bairro Novo Horizonte, em Patos. A vida da família ficou desmoronada com a doença da mãe.
Maria Gorete está internada há 40 dias na área de urgência do Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa. Bastante debilitada, a paciente começou a passar por sessões de hemodiálise após problemas renais. O marido está sempre ao lado da esposa e dorme por vezes na cadeira plástica ao lado da maca e dentro do próprio carro no estacionamento.
Nos últimos dias, Vandinho vem denunciando o descaso no Hospital Napoleão Laureano. Ele acusa o hospital de descaso e de não ter feito os procedimentos necessários para evitar a morte da esposa. “Minha esposa era para ter feito uma cirurgia, mas não fez. Era para ter melhora e ela está cada vez pior. Aqui é falta de assistência e o que querem é dinheiro, mas nós não temos...”, desabafa Vandinho que fez vídeos ao lado da esposa.
O quadro de Maria Gorete, de acordo com informações, é irreversível. A paciente realiza hemodiálise a cada dois dias e os familiares querem que ela venha para Patos, no entanto, não existe vaga para realizar o tratamento no Centro de Hemodiálise que está no Complexo Hospitalar Regional de Patos. A família quer que a mãe passe o resto dos seus dias ao lado dos filhos, dos amigos e demais familiares.
“Minha esposa deveria ter feito uma cirurgia assim que descobriram a doença, mas não. Depois de avançar, aí começaram a fazer quimioterapia, radioterapia e até braquiterapia. Deixaram avançar demais e agora o sofrimento é grande. Os médicos têm ignorado nossos chamados e isso é revoltante. Agora lutamos para que o tratamento continue em Patos, pois aqui sofremos demais e distante de nossos familiares. Sabemos da gravidade e queremos uma vaga em Patos”, desabafou Vandinho.
Vandinho trabalha na Marcop Pneus, que fica localizada no Bairro Belo Horizonte, em Patos. “Estou sem ir ao trabalho. Ainda bem que o meu patrão se mostrou sensível a nossa dor. Queremos voltar para casa, pois aqui só tem descaso e morre gente a cada dia por falta de assistência adequada”, finalizou.
Jozivan Antero – Patosonline.com
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