O Botafogo-PB tem uma negociação adiantada para transformar o seu departamento de futebol em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Foi o que garantiram o vice-presidente de marketing do clube, Paulo Monte, e os conselheiro Alexandre Cavalcanti e Breno Morais. Os três deram declarações sobre o tema na Rádio Tabajara, nessa segunda-feira. Ainda sem revelar valores de mercado do Belo e da proposta de investimentos, além também de quem são os investidores, a diretoria alvinegra explicou pontos importante da negociação mais avançada que o clube tem com empresários interessados em assumir uma futura SAF do Botafogo-PB. O acordo em debate valeria por 15 anos e deve ser fechado ainda em 2024.
Além da mudança da estrutura organizacional do clube que, como em outros casos de times brasileiros que viraram SAF, passariam a ter uma associação independente do departamento de futebol, que ficaria com os detentores majoritários da SAF, muita coisa iria mudar no Botafogo-PB. A começar pelos investimentos.
Segundo os dirigentes, o Botafogo-PB tem algumas exigências postas para poder fechar com quem se interesse em adquirir a SAF do Belo. O clube quer vender o máximo permitido em lei dos ativos, que é 90%, ficando apenas com 10% da SAF.
Além disso, o Botafogo-PB avisou ao mercado que só vai vender para grupos ou empresários brasileiros e que sejam do ramo do futebol. Ainda estão sendo discutidos mais detalhes, mais exigências e previsões de aportes em diversos cenários em que o clube alcance ou esteja. É consenso na diretoria alvinegra, por exemplo, que a Maravilha do Contorno não vai ser vendida à SAF. Pelo contrário, a ideia é condicionar investimentos do futebol no atual Centro de Treinamento do Botafogo-PB. Confira abaixo mais detalhes sobre a possível SAF do Botafogo-PB.
A diretoria do Botafogo-PB já chegou a um consenso de que quer vender o máximo possível da lei da SAF. Isto é, o clube quer que os novos investidores e donos majoritários do departamento de futebol do clube detenham 90% do ativo, restando à associação (Botafogo Futebol Clube), que permanece, 10%.
Sim! Nesses moldes, o Conselho Diretor da SAF contaria com um ou dois representantes da associação, a depender do tamanho desse conselho. De todo modo, a visão do clube pesaria pouco em termos práticos em votação do colegiado. Nesse cenário, a associação estaria sempre presente nos debates, iria ter voz, mas teria pouca força para impor suas vontades. Algo natural ao modelo. A SAF quem nomearia mais pessoas para o Conselho Diretor, que podem ou não ter ligação histórica com o clube.
O Botafogo Futebol Clube não acaba. Vai ser um clube com presidente, diretoria, Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal, como sempre foi. Mas não vai ter mais ingerência sobre o departamento de futebol do clube. A associação será detentora de 10% do ativo da SAF. Terá voz e voto no Conselho Diretor da SAF, mas vai apitar quase nada. É objetivo da diretoria do Botafogo-PB fazer um contrato em que a associação receba royalties relacionados à comercialização de produtos do clube feitas pela SAF. A associação deve passar a se dedicar a outras atividades e outros esportes, além de fiscalizar a SAF.
Não! Segundo os dirigentes do Botafogo-PB, a negociação atual consiste em a associação ficar com a Maravilha do Contorno, que vai ser cedida para a SAF utilizar como a sua estrutura física do departamento de futebol. Além disso, o Belo quer que o contrato que seja feito com investidores obrigue ao detentor da SAF investir na Maravilha do Contorno, construindo mais campos, alojamentos e fazendo outras melhorias. A ideia é alugar o espaço para quem comprar a SAF do Botafogo-PB. A associação também terá espaços físicos na Maravilha do Contorno para poder usufruir.
Sim! O acordo em negociação no Botafogo-PB prevê investimentos nas três áreas, claro, com mais força econômica no futebol profissional masculino. As cláusulas contratuais sobre investimentos ao longo dos 15 anos e nos possíveis cenários de cada temporada ainda estão sendo discutidas. Mas a cada série superior, mais investimento vai ser necessário no departamento profissional de futebol para a formação de elenco. Assim como a cada eventual queda, o investimento pode diminuir.
Além disso, as categorias de base vão receber investimentos, até porque venda de jovens jogadores faz parte da busca do lucro por parte do modelo de negócio SAF. E, é bom lembrar, SAF foi feita para dar lucro. Além disso, o futebol feminino também receberá investimentos, conforme previsto na lei da SAF.
Mais ou menos. O escudo, hino e mascote fazem parte do ativo que constituem o Botafogo Futebol Clube. A SAF vai poder utilizar esses ativos para fins comerciais e, obviamente, futebolísticos. É a SAF que vai organizar vendas de camisas, que vai escolher uniformes e utilizar esses ativos dentro do mundo do futebol. O Botafogo-PB, no entanto, pretende resguardar seu poder sobre eventuais mudanças desses ativos. Caso o Botafogo-PB adote esse modelo, a SAF não vai poder mudar o escudo, nem o hino e nem o mascote se isso não for devidamente aprovado pela associação em suas instâncias de poder.
Os sócios-torcedores, que constituem a maior parte dos associados do Botafogo-PB vão ser sócios da SAF. É a SAF que vai administrar esses programas de associação que envolvem apenas a vida futebolística do sócio, como descontos e entradas grátis para partidas de mando de campo do Belo, além de descontos em produtos do clube. Já a associação fará programas de sócios voltados para a associação. Para a participação das instâncias de poder do Botafogo Futebol Clube, como Assembleia Geral, Conselho Deliberativo e Conselho Fiscal.
Pode! E não é nada tão inatural no mundo dos negócios. Quem comprar a SAF do Botafogo-PB, de acordo com a ideia inicial do Belo, vai adquirir 90% dos ativos. O clube — a associação — ficará com o percentual mínimo permitido em lei, 10%. De modo que a associação não poderá vender nada desses 10%
Diferente de quem adquiriu 90%. Os investidores podem sim vender parte desses 90% ou todo os 90% para outros investidores ou outros grupos. Lembrando que quem comprar vai ter que cumprir com os contratos firmados com a associação anteriormente. Em eventuais não cumprimentos dos investidores, o contrato da venda da SAF assinado pela associação pode, por exemplo, prever punições em que a associação volte a receber porcentagens das ações que eram do sócio majoritário, no que seria uma espécie de sanção. E ela pode também vender, desde que conserve sempre um mínimo de 10%.
Sim! Pelo menos é o que ele garante. Em entrevista à Rádio Tabajara, o dirigente, que é o homem mais forte do departamento de futebol das duas últimas décadas, revelou que todos os dirigentes da associação vão viver o Botafogo-PB apenas como torcedores. Ele disse que realmente é um ciclo que seu que vai se fechar, após a eventual venda do futebol do Botafogo-PB. Segundo Breno, ele não fará parte do grupo de investidores e nem do Conselho Diretor da SAF.
Fonte: ge PB
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