A Associação dos Forrozeiros da Paraíba (Asforro-PB) emitiu uma nota de repúdio, criticando a falta de representatividade dos artistas da cultura forrozeira na grade de atrações do São João de Patos 2025, lançada na última quinta-feira (13). Segundo a associação, o evento tem se distanciado das tradições nordestinas ao priorizar artistas de outros gêneros musicais, deixando de valorizar nomes que representam a essência do forró.
Na nota, nota a associação questiona se a Paraíba teria deixado de ter artistas do forró. A entidade destaca que o Estado possui uma constelação de artistas que poderiam compor uma programação autêntica, citando nomes como Pimentel, Zé Ramalho, Pepysho Neto, Amazan, Joab Dantas, Forrozão Bom Que Só, Forró Sem Balança, Chico Forrozado, Patrícia Cunha, Raffaela Vieira, Dilsinho Medeiros, Ananias do Acordeon, entre outros.
A crítica cita também artistas do Nordeste que são referências no forró e que poderiam engrandecer o evento, como Flávio Leandro, Nando Cordel, Maciel Melo, Petrúcio Amorim, Targino Gondim, Fulô de Mandacaru, Alceu Valença, Trio Nordestino, entre outros.
Em entrevista à jornalista Wânia Nóbrega, da Rádio Espinharas FM, o presidente da Asforro-PB, Alexandre Pé de Serra, considera "deplorável e desumano" o que vê como um desmonte da identidade cultural nordestina, afirmando que os gestores responsáveis pelo evento prestam "o pior serviço educacional ao seu povo" ao não promover a valorização do forró nas festividades juninas.
"O São João é feito de forró, xote, baião, arrastapé e todas as suas vertentes. Estão transformando o São João e o Carnaval em uma festa só. E o que é que o povo vai apreciar? Será que o cenário do forró autêntico são essas pessoas que estão no palco, cantando e decantando — ou não cantando, ou não mostrando o ritmo perfeito —, o certo, para pelo menos os 30 dias juninos, de Santo Antônio a São Pedro? Por que tanto ódio e desvalorização dos nossos artistas locais e regionais? Por que virar tanto as costas e não mostrar à sociedade de Patos o que realmente são os festejos do nosso São João? A pamonha, a canjica e o milho verde já não têm mais o mesmo gosto quando se coloca no palco atrações que não têm nada a ver com a arte nordestina no mês de junho", comentou.
Confira abaixo a fala do presidente Alexandre e a nota na íntegra:
NOTA DE REPÚDIO
A Paraíba deixou de ter artistas da arte forrozeira?
Uma pergunta simples e emblemática para quem quer transformar os festejos juninos em qualquer festa, menos no verdadeiro São João. O São João da cidade de Patos, no Sertão Paraibano, vem demonstrando há anos — falo dos “fazedores da cultura” daquele município — a pior face de quem quer surrupiar nossas tradições.
Lamentável a grade de atrações do esquecido e tradicional São João 2025. Nada contra os artistas contratados, mas e os nossos? Onde estão os talentos da terra? Para lembrar alguns nomes: Pimentel, Zé Ramalho, Filhos do Forró, Pepysho Neto, Amazan, e as revelações atuais como Joab Dantas, Forrozão Bom Que Só, Forró Sem Balança, Os Anselmos, Chico Forrozado, Alexandre Pé de Serra, Patrícia Cunha, Raffaela Vieira, Dilsinho Medeiros, Ananias do Acordeon, Geová do Acordeon, Pegada D3, Tizil da Paraíba, Nanado Alves, Chiquinho de Belém, Arivaldo Quirino, dentre outros grandes artistas e excelentes forrozeiros(as).
Isso é só a Paraíba mostrando uma constelação de artistas capazes de fazer um evento genuíno no mês junino. E se falarmos dos artistas nordestinos, temos: Flávio Leandro, Nando Cordel, Nádia Maia, Cristina Amaral, Petrúcio Amorim, Maciel Melo, Mestrinho, Targino Gondim, Adelmário Coelho, Fulô de Mandacaru, Terezinha do Acordeon, Thais Nogueira, Josildo Sá, João Lacerda, Trio Nordestino, Joquinha Gonzaga, Casaca de Couro, Alceu Valença, Deusado Forró e tantos mais.
A crueldade que os gestores cometem com nossa identidade nordestina é deplorável, desumana e presta o pior serviço educacional ao seu povo.
A nossa @asforro_pb repudia tudo isso no São João de #PatosPB e em qualquer outro que venha denegrir a imagem do nosso verdadeiro SÃO JOÃO.
Dizem que o forró autêntico não atrai público nem gera retorno financeiro. Basta prestar atenção ao projeto realizado na orla de João Pessoa, o chamado “Forró Verão”, e ver a multidão de centenas de milhares de forrozeiros(as) se deliciando com o ritmo verdadeiro chamado FORRÓ.
A DIRETORIA
(ASFORROPB)
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