Pela primeira vez, o Censo Demográfico 2022, conduzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), incluiu dados sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Na Paraíba, 46.560 pessoas declararam ter recebido o diagnóstico de autismo feito por um profissional de saúde, o que representa 1,2% da população do estado.
O levantamento revelou que a maior incidência está entre crianças de 5 a 9 anos, com uma taxa de 3,2% — o equivalente a 8.726 indivíduos. Na faixa etária de 0 a 4 anos, a prevalência foi de 2,6%, e entre os que têm entre 10 e 14 anos, 2%. Somando todas as crianças e adolescentes de até 14 anos, são 21.180 pessoas diagnosticadas com TEA na Paraíba.
Os dados evidenciam também uma expressiva diferença entre os sexos. Entre meninos de 5 a 9 anos, a taxa chega a 4,7%, totalizando 6.570 crianças, enquanto entre as meninas da mesma idade o índice é de 1,6% (2.156 meninas). Essa disparidade também se repete na faixa dos 0 aos 4 anos: 3,6% dos meninos foram diagnosticados com TEA, contra 1,4% das meninas.
Entre todas as pessoas diagnosticadas com TEA na Paraíba, 28.865 são homens (1,5% da população masculina) e 17.695 são mulheres (0,9%). A prevalência é maior entre os homens até os 29 anos. A partir dos 30 anos, no entanto, os percentuais entre homens e mulheres começam a se igualar. Nas faixas etárias de 50 a 54 anos e de 60 a 64 anos, as mulheres até superam ligeiramente os homens, com uma diferença de 0,1 ponto percentual.
Em relação à cor ou raça declarada, a maioria das pessoas com TEA na Paraíba se autodeclara parda (24.164), seguida por pessoas brancas (18.867). Também foram registrados diagnósticos entre pessoas pretas (3.187), indígenas (281) e amarelas (61).
A inclusão do autismo no Censo representa um marco para o avanço das políticas públicas voltadas à população neurodivergente. Os dados fornecem uma base real para a formulação de ações de saúde, educação e inclusão social, possibilitando que governos locais e entidades da sociedade civil atuem de maneira mais eficaz no apoio às famílias e indivíduos com TEA.
Com números mais precisos, espera-se que estados e municípios possam planejar melhor o atendimento nas escolas, nas unidades de saúde e no suporte especializado, atendendo às demandas específicas dessa parcela significativa da população paraibana.
Por Patos Online
Com informações do MaisPB
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