Foi condenado o 11º réu investigado no caso Braiscompany, identificado como Felipe Guilherme de Souza. Ele é apontado como responsável pela captação e gestão de carteira de mais de trinta milhões de reais e ainda teria emprestado o passaporte utilizado na fuga de Antônio Inácio da Silva Neto (Antônio Ais).
Felipe Guilherme de Souza foi condenado a 18 anos de reclusão. A decisão da 4ª Vara da Justiça Federal em Campina Grande foi divulgada nesta quinta-feira (15), mas foi assinada na terça-feira (13), mesmo dia da condenação de outros 10 réus, incluindo os donos da Braiscompany, Antônio Ais e Fabrícia Farias.
O g1 entrou em contato com a defesa de Felipe Guilherme de Souza, mas não obteve resposta até a última atualização desta notícia.
Felipe Guilherme Silva Souza é esposo da ré Fernanda Farias Campos que foi condenada a 8 anos e 9 meses. Fernanda é irmã de Fabrícia Farias, esposa de Antônio Ais e dona da Braiscompany.
Segundo a sentença, Felipe e sua esposa teriam cedido os próprios passaportes para a fuga do casal Antônio Ais e Fabrícia Farias. O casal dono da empresa está foragido desde janeiro de 2023, quando foi realizada a primeira fase da Operação Halving da Polícia Federal que investigou crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais.
Além da questão do passaporte, de com a decisão do juiz Vinícius Costa Vidor, o réu atuou como um dos principais brokers da empresa.
"Tendo sido responsável pela captação e gestão de carteira de mais de trinta milhões de reais. Além disso, intermediou operações financeiras relacionadas à BRAISCOMPANY por meio de sua conta bancária pessoal, pela sua carteira de criptoativos e por meio da intermediação da aquisição de bens com o pagamento do preço através da emissão de contratos de investimento coletivo, demonstrando um papel mais amplo que a mera atuação como broker”, relata o texto.
Foi divulgada nesta terça-feira (13) a condenação de 10 pessoas ligadas ao caso Braiscompany, incluindo o dono Antônio Ais, que foi condenado a 88 anos e 7 meses. A decisão é do juiz da 4ª Vara Federal em Campina Grande Vinícius Costa Vidor.
Fabrícia Farias, esposa de Antônio Ais e uma das donas da Braiscompany, foi condenada a 61 anos e 11 meses.
O juiz também estabeleceu aos réus o dever de pagar mais de R$ 277 milhões em danos patrimoniais e R$ 100 milhões em danos morais coletivos.
As defesas dos proprietários da empresa, Antônio Inácio da Silva Neto e Fabrícia Farias, não enviaram nota até a última atualização. O advogado de Fernanda Farias Campos também não enviou.
A empresa, idealizada pelo casal Antônio Ais e Fabrícia Ais, era especializada em gestão de ativos digitais e soluções em tecnologia blockchain. Os investidores convertiam seu dinheiro em ativos digitais, que eram “alugados” para a companhia e ficavam sob a gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela locação dessas criptomoedas.
A Braiscompany prometia um retorno financeiro ao redor de 8% ao mês, uma taxa considerada irreal pelos padrões usuais do mercado. Milhares de moradores de Campina Grande investiram suas economias pessoais na empresa, motivados pelo boca a boca entre parentes, amigos e conhecidos. Antônio Neto Ais, o fundador da companhia, disse em uma live que gerenciava R$ 600 milhões de 10 mil pessoas.
No dia 16 de fevereiro de 2023, a Braiscompany foi alvo de uma operação da Polícia Federal que teve como objetivo combater crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. As ações da PF aconteceram na sede da empresa e em um condomínio fechado, em Campina Grande, e em em João Pessoa e em São Paulo. A operação foi nomeada de Halving.
Fonte: g1 PB
Mín. 22° Máx. 37°