A situação dos jogadores do Campinense após o término das atividades do departamento de futebol, não está nada bem. É que a diretoria do clube ainda não acertou corretamente a saída dos jogadores. Alguns até não conseguiram ainda sair de Campina Grande para voltarem para as suas casas devido aos problemas financeiras. O ge apurou que o clube deve 50% do salário de fevereiro e os dias trabalhados de março, já que a diretoria, unilateralmente, rescindiu os contratos dos jogadores.
Além disso, pelo menos dois atletas ainda estão em Campina Grande sem conseguir voltar para suas casas, o que motivou uma vaquinha feita pelo próprio elenco para ajudar os dois companheiros e suas famílias a deixarem a cidade.
Os jogadores são o goleiro Rodrigues e o meia Alisson. O arqueiro foi titular absoluto da Raposa e tem 31 anos. Já Alisson, de 18 anos, não jogou oficialmente pelo clube. Ambos estão com suas famílias em Campina Grande e foram os únicos dois jogadores que, por dificuldades financeiras, não voltaram para as suas casas. Todos os outros atletas do elenco já saíram e arcaram com os seus retornos para casa.
Sensibilizados com a situação dos seus companheiros de clube no Campeonato Paraibano, outros jogadores que vivem situações financeira melhores fizeram um grupo no WhatsApp para poderem arrecadar recursos para as passagens dos dois atletas e suas famílias. Ambos moram em Porto Alegre. O ge teve acesso ao grupo dos atletas.
Alguns jogadores reclamam da situação em que os companheiros estão e disparam contra a diretoria raposeira, bem como falam das dificuldades dos familiares dos atletas que ainda seguem em Campina Grande. A reportagem vai omitir os nomes dos atletas para que não haja nenhum tipo de eventual retaliação específica futura.
— Verdade! Mas eles vão pagar. Justiça será feita — disse um defensor.
— O cara tá com o filho lá passando dificuldades — comentou outro jogador.
O ge entrou em contato com Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado da Paraíba (Safepb) para saber se a entidade já tinha ciência dos fatos. Através do seu advogado, Thiago Soares, o sindicato disse que acompanha de perto a situação e a denúncia dos atletas do Campinense e garantiu que vai intervir na questão. A entidade garantiu que vai arcar com as passagens dos jogadores Alisson e Rodrigues e de seus familiares, para todos irem para as suas casas.
— Os jogadores entraram em contato com o sindicato para passarem o que estava acontecendo. E o sindicato vai pagar as passagens. O clube rescindiu com os atletas, não pagou nada aos jogadores e ainda não tirou os atletas do sistema da CBF. Eles, no momento, não podem nem seguir com a carreira — disse Thiago Soares.
O Campinense deu baixa nos contratos no dia 18 de março e até aqui não acertou as pendências financeiras.
A reportagem do ge entrou em contato com o presidente do Campinense, Lênin Corrêa, que disse que não vai ficar se posicionando em redes sociais, como vêm fazendo os atletas. O dirigente acredita que há um motim para desestabilizar a gestão e lembrou que as situações com os jogadores vão se resolvidas, mas ao poucos. Ele não negou nem confirmou as pendências financeiras.
— Isso é um motim político dentro do clube, que vem acontecendo desde o fim do ano passado, que culminou numa greve esdrúxula, em um momento que a gente não devia nada aos atletas. Eu não vou ficar respondendo por redes sociais. Quem quiser discutir rescisão, salário atrasado, venha discutir com a gente. Agora as rescisões vão ser resolvidas de forma gradativa, porque aqui ninguém tem mina de ouro. Nem tem pé de dinheiro no Campinense. É um momento de paciência, e as coisas serão resolvidas, mas serão na medida que entrar dinheiro dentro do clube — disse o mandatário raposeiro.
Fonte: ge PB
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