O dia 12 de abril costuma ser de festa no Renatão, pois é quando se comemora o aniversário do Campinense. Mas, neste ano, as alegrias ficam por conta das lembranças e das histórias de um passado nem tão distante. O Rubro-Negro comemora 109 anos em meio à uma crise que vem se arrastando há mais de um ano, tanto na política, quando no futebol, que não tem calendário no segundo semestre.
Quase três anos atrás o êxtase do acesso à Série C, do bicampeonato paraibano de forma invicta, além do vice-campeonato brasileiro da Série D. O programa de sócios-torcedores da Raposa era um dos maiores do estado. Os raposeiros viviam um sonho.
Acontece que, em um intervalo de 10 meses, o jogo virou e tudo se tornou um pesadelo. Dentro de campo, os resultados deixaram a desejar e o time foi rebaixado Nos dois últimos estaduais fez campanhas ruins, sem se classificar para as semifinais, consequentemente sem conseguir calendário para o segundo semestre. Nos bastidores, grupos políticos divididos e eleições que pararam na justiça.
Na semana do aniversário do clube, notícias que desanimam, como corte de luz no Renatão. Para Phillipy Costa, comentarista da Rádio CBN, essa é a maior crise da história do Rubro-Negro.
— Não é exagero afirmar que essa é a maior crise político-administrativa da história do Campinense. O clube entra na semana dos seus 109 anos com um presidente eleito sob efeito de uma liminar, com o nome do clube envolvido em inquéritos policiais, em processos judiciais, sem conselhos deliberativo e fiscal formalmente constituídos. É como se o clube passasse por um doloroso tratamento de quimioterapia, com vários cânceres para serem tratados — disse Phillipy.
Mas, ninguém explica uma paixão, e se tem uma coisa que a torcida do Campinense é, é muito apaixonada.
Raul é um daqueles raposeiros de berço, que herdou a paixão do pai. Ele guarda em cadernos praticamente todos os resultados dos jogos do futebol profissional da Raposa, que começou em 1960. É praticamente ter boa parte da história do clube na palma da mão.
— Meu pai começou a fazer as anotações nos anos 60. Nos anos 70 eu passei a fazer essas anotações e continuo fazendo até hoje. Data, local, placar, tudo é anotado. É um trabalho manual que eu gosto muito de fazer — explicou.
Raul tem várias relíquias. São fotos, revistas, documentos e recortes de jornais, com registros marcantes da história do clube. O torcedor também coleciona camisas ao longo dos anos.
O momento talvez não seja dos melhores. Em 109 anos de história, o Campinense enfrentou momentos difíceis, e foi em momentos como estes que encontrou na torcida a força para virar o jogo e dar a volta por cima. É por causa da torcida que a chama da esperança por dias melhores permanece acesa.
— O Campinense tem essa mística, a torcida acredita. O clube tem bons quadros em meio aos sócios remidos e estatutários, que podem compor o conselho deliberativo, a diretoria executiva para que o clube possa caminhar em uma maré de profissionalismo e boa gestão, para que fora de campo tudo caminhando bem, dentro de campo o Campinense possa se reencontrar como um dos grandes clubes do Brasil — disse Phillipy Costa.
— Eu, como torcedor, espero que o Campinense mude, que o clube volte a ser grande e forte como sempre foi. O amor pelo Campinense é grande, é algo que nunca vai acabar — finalizou.
Fonte: ge PB
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