Lúcio Ramay Oliveira Freitas, de 44 anos, acusado de assassinar a golpes de tesoura a farmacêutica Arlanza Jéssica dos Santos Ramalho, de 34 anos, no dia 22 de fevereiro de 2025, conseguiu a transferência imediata para o 4º Batalhão de Polícia do Exército (4° BPE), localizado em Recife, Pernambuco.
De acordo com informações do repórter Pabhlo Rhuan, da Rádio Arapuan, a solicitação de transferência partiu do próprio batalhão. O investigado era vinculado ao 31º Batalhão de Infantaria Motorizado de Campina Grande, mas essa unidade não possui estrutura carcerária para custódia do preso. Outro fator que chamou a atenção na investigação foi a justificativa de que não há, na Paraíba, nenhuma unidade militar com capacidade de detenção, levando à decisão de transferi-lo para Recife-PE. O pedido foi deferido pela juíza da 1ª Vara Criminal da Comarca de Patos.
Desse modo, houve a determinação para que Lúcio Ramay, por ser militar do Exército Brasileiro, fosse mantido sob custódia em uma Organização Militar. Após ser preso em flagrante, ele passou por audiência de custódia em 24 de fevereiro, quando teve sua prisão temporária decretada por 30 dias, com possibilidade de prorrogação pelo Ministério Público. Antes de ser transferido para Recife, ele esteve detido na Cadeia Pública de Malta e, em seguida, no Presídio Especial Valentina de Figueiredo, em João Pessoa.
A transferência gerou forte reação da família de Arlanza Jéssica, que teme que o caso perca visibilidade e caia no esquecimento. Em nota, os familiares expressaram sua indignação:
"Nós, familiares de Arlanza Jéssica, seguimos firmes na luta por justiça. Recentemente, recebemos a notícia de que o batalhão solicitou a transferência do feminicida para um presídio em Recife, e a Justiça deferiu esse pedido. No entanto, não podemos permitir que esse caso caia no esquecimento, que Jéssica se torne apenas mais um número em estatísticas de feminicídio. Nossa dor permanece viva, e nossa indignação também.
Clamamos por justiça! Exigimos que ele pague pelo que fez, que a impunidade não seja mais uma vez a resposta para quem tira a vida de uma mulher de forma brutal. A população e nossa família merecem uma resposta à altura da gravidade desse crime. Não descansaremos até que a justiça seja feita."
Arlanza foi encontrada morta com golpes de tesoura nas primeiras horas do último sábado (22). O acusado do crime é seu, até então, companheiro, Lúcio Ramay Oliveira Freitas, de 44 anos, identificado como sargento reformado do Exército. Ele foi preso em flagrante na cidade de Santa Luzia, enquanto tentava fugir.
À polícia, Lúcio alegou ter presenciado a namorada sendo agredida por supostos sequestradores e, após isso, fugiu. A versão, no entanto, foi considerada inverossímil e aumentou as suspeitas contra ele.
O delegado Claudionor, da Delegacia de Homicídios e Entorpecentes (DHE), afirmou que, segundo amigas da vítima, o casal estava junto há poucos meses, mantendo contato por mensagens no WhatsApp. Na sexta-feira (21), Lúcio chegou a Patos e saiu com Jéssica para um espetinho próximo à antiga Campal. Por volta das 21h, retornaram ao apartamento, onde o crime ocorreu.
Conforme o delegado, a gravação das imagens de segurança do prédio mostraram que no dia do crime, apenas o suspeito e a vítima entraram no apartamento onde o corpo foi encontrado. Os proprietários do imóvel informaram que Lúcio nunca havia visitado o apartamento antes.
"A gente começou a levantar a questão do relacionamento deles e, pelo que as amigas dela relataram, estavam juntos desde o Ano-Novo e se comunicavam por mensagens no WhatsApp. Ontem, ele chegou aqui, e à noite saíram para um espetinho próximo à Campal, retornando depois para o apartamento da vítima. Provavelmente por volta das 21h, ele desferiu um golpe de tesoura, tirando a vida da vítima", detalhou o delegado.
Dr. Claudinor Lúcio, disse que o suspeito mantinha um sentimento de posse em relação à vítima e o namoro dos dois, apesar de ser recente, era conturbado.
"A motivação [do crime] se tratou do sentimento possessivo que ele tinha com relação à vítima, e não aceitava as várias vezes em que a vítima acabava o relacionamento. [...] Uma amiga muito próxima da vítima que disse que eles acabavam constantemente o relacionamento", explicou o delegado.
Por Patos Online
Com informações de Pabhlo Rhuan
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