O uso indiscriminado de medicamentos tem preocupado especialistas da área da saúde, especialmente quando se trata de substâncias que afetam diretamente o sistema cardiovascular. Em vídeo recente, o médico cardiologista e intervencionista Dr. Jeann Santiago fez um alerta sobre a crescente — e perigosa — prática do uso de tadalafila, um remédio indicado para disfunção erétil, como pré-treino em academias.
De acordo com o médico, a tadalafila, conhecida popularmente como “primo do Viagra”, tem indicação específica para auxiliar homens com dificuldades de ereção. Em alguns casos, também pode ser utilizada no tratamento de uma condição chamada hipertensão pulmonar, sempre sob orientação médica. No entanto, segundo Jeann Santiago, não há nenhuma comprovação científica de que o medicamento melhore o desempenho físico ou ajude na obtenção de massa muscular.
“Não sei quem começou a propagar essa verdadeira mentira nas academias, mas a verdade é que isso não tem respaldo científico. Não existe até hoje nenhum estudo sério que comprove a eficácia da tadalafila como estimulante de performance física”, destacou.
O cardiologista demonstrou preocupação com o número crescente de jovens que vêm utilizando o medicamento de forma recreativa e sem prescrição. Segundo ele, o uso inadequado da tadalafila pode causar efeitos colaterais importantes, como dor de cabeça intensa, queda de pressão arterial (hipotensão) e até desmaios durante os treinos.
“Por ser um vasodilatador, a tadalafila pode provocar cefaleias, pressão baixa e episódios de síncope — que é o desmaio. Imagine um jovem de 20, 24 anos desmaiando na academia por uso indevido de um medicamento que ele nem precisava tomar”, alertou.
Outro ponto destacado por Jeann Santiago é o risco de dependência psicológica e funcional do remédio. “O uso frequente e sem necessidade pode comprometer a função sexual normal do paciente, levando-o a depender da medicação mesmo sem ter inicialmente qualquer disfunção”, explicou.
Diante do cenário, o médico reforçou a importância de informação correta, responsabilidade e acompanhamento médico antes de fazer uso de qualquer substância. Ele alerta que o uso de medicamentos para fins diferentes dos indicados pode colocar a saúde em risco e trazer consequências irreversíveis a médio e longo prazo.
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