O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender, neste sábado (6/7), a soberania nacional. O discurso do mandatário foi transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão, véspera do feriado de 7 de Setembro.
“Não somos e não seremos novamente colônia de ninguém. Somos capazes de governar e de cuidar da nossa terra e da nossa gente, sem interferência de nenhum governo estrangeiro. Mantemos relações amigáveis com todos os países, mas não aceitaremos ordens de quem quer que seja. O Brasil tem um único dono: o povo brasileiro”, declarou o presidente.
E prosseguiu: “É inadmissível o papel de alguns políticos brasileiros que estimulam os ataques ao Brasil. [Eles] foram eleitos pelo povo brasileiro, mas defendem apenas seus interesse pessoais. São traidores da pátria. A história não os perdoará”.
O discurso de Lula seguiu o mote do “Brasil Soberano”, adotado pelo Planalto para sintetizar a ideia de uma espécie de “resistência nacional” diante da pressão de ala da oposição por intervenção estrangeira.
Neste sábado (6/9) completa um mês das tarifas unilaterais sobre produtos de brasileiros, como a carne bovina e o café. Em abril, o Brasil havia sido alvo de sobretaxa de 10% e no começo de julho o presidente norte-americano anunciou tarifas adicionais de 40%.
Desde o anúncio, em julho, feito por meio de rede social, o governo brasileiro tem tentado se reunir com a Casa Branca para negociar condições melhores, no entanto, não obteve respostas. De acordo com o governo Trump, as taxas impostas tem o objetivo de reduzir o déficit comercial que o país teria com o Brasil.
Entra nesse contexto a expectativa de condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado, caso sob julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Outro ponto de tensionamento são as iniciativas do governo Lula para regulamentar as redes sociais, que seriam analisadas pelo Congresso. A possibilidade irrita a oposição, assim como as big techs estadunidenses, que apoiam Trump.
Ainda no mote do Brasil Soberano, o presidente Lula defendeu bandeiras nacionais, como o Pix. O método de pagamento foi questionado pelos EUA, que teme perda de espaço de bandeiras de cartão de crédito diante dessa tecnologia brasileira.
Como mostrou o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, este foi o primeiro pronunciamento do presidente Lula no seu terceiro mandato feito no seu gabinete, no Palácio do Planalto. Até então, ele havia gravado na sua residência oficial, o Palácio da Alvorada.
Fonte: Metrópoles
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