O desfile cívico-militar de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, começou às 9h10 deste domingo, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passando em revista às tropas a bordo do tradicional Rolls Royce. A poucos quilômetros de onde Exército, Marinha e Aeronáutica faziam demonstrações da força militar brasileira, grupos de direita e esquerda fizeram protestos (Leia mais abaixo).
Além do público, que lota as arquibancadas, 30 ministros de Estado e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), acompanham a cerimônia.
Nenhum dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) compareceu. Ausências de Fernando Haddad, da Fazenda – que está em São Paulo -, e do presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União), também foram sentidas.
Ministros:
1. Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública)
2. Marina Silva (Meio Ambiente)
3. Macaé Evaristo (Direitos Humanos)
4. Geraldo Alckmin (Indústria)
5. Anielle Franco (Igualdade Racial)
6. Renan Filho (Transportes)
7. Jader Filho (Cidades)
8. Waldez Góes (Desenvolvimento Regional)
9. Celso Sabino (Turismo)
10. José Múcio (Defesa)
11. André de Paula (Pesca)
12. General Amaro (GSI)
13. Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais)
14. Wolney Queiroz (Previdência Social)
15. Sidônio Palmeira (Secom)
16. Márcio França (Empreendedorismo)
17. André Fufuca (Esportes)
18. Rui Costa (Casa Civil)
19. Márcio Macedo (secretária-geral da Presidência)
20. Frederico Siqueira (Comunicações)
21. Simone Tebet (Planejamento)
22. Margareth Menezes (Cultura)
23. Sonia Guajajara (Povos Indígenas)
24. Esther Dweck (Gestão)
25. Vinicius de Carvalho (CGU)
26. Camilo Santana (Educação)
27. Alexandre Silveira (Minas e Energia)
28. Jorge Messias (AGU)
29. Celso Amorim (assessor-chefe da Presidência)
30. Mauro Vieira (Relações Exteriores)
Congresso:
– Hugo Motta, presidente da Câmara
– Rogério Carvalho, líder do PT no Senado
– Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara
Enquanto desfilava ao lado da primeira-dama do Brasil, Janja, um grupo de pessoas na arquibancada começou a gritar “sem anistia” na direção dos dois (veja no vídeo abaixo). Começou no último dia 2 o julgamento da suposta trama golpista do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Perto do fim do desfile, Lula desceu da área reservada às autoridades, cumprimentou parte do público e passou ao lado da imprensa sem falar nada.
O esquema de segurança conta com o reforço de policiamento em toda a região central e a atuação de tropas especializadas da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
As linhas de revista estão distribuídas pelos acessos à área do desfile, que conta com arquibancadas e palanques com entradas exclusivas para autoridades e público em geral. As revistas pessoais são realizadas nos acessos à Esplanada, na via S1, lateral da Catedral, e nas escadarias dos ministérios. Também poderão ocorrer dentro do público, se necessário.
O acesso à Praça dos Três Poderes está restrito, e os prédios públicos estão protegidos por grades.
Equipes de emergência e combate a incêndios também estão no local, e a 5ª Delegacia de Polícia tem reforço no efetivo para atendimento de ocorrências.
Está proibido o ingresso na Esplanada com objetos que possam comprometer a segurança, como garrafas de vidro, objetos perfurocortantes, mastros de bandeira, sprays, aerossóis, réplicas de armas e fogos de artifício. Além disso, o uso de drones não autorizados estará restrito no espaço aéreo local (veja a lista completa de itens proibidos no fim do texto).
Brasília concentra o ponto de maior proximidade entre as manifestações de direita e esquerda simultâneas. Com ambas marcadas para o mesmo horário, a distância aproximada dos atos é de 1,5 km. Na prática, os três eventos acontecem quase lado a lado, no coração da capital.
Pela liberdade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), anistia ampla, impeachment do ministro Alexandre de Moares e contra o presidente Lula, parte de simpatizantes da direita foi às ruas no Distrito Federal neste 7 de Setembro, data do 203º aniversário da Independência do Brasil.
A manifestação foi marcada para o estacionamento da Funarte, atrás da Torre de TV. Lideranças da direita local, a exemplo do desembargador Sebastião Coelho, da senadora Damares Alves (Republicanos) e da deputada federal Bia Kicis (PL), convocaram apoiadores. Os atos seguem a linha do movimento Reaja, Brasil, organizado pelo pastor Silas Malafaia.
Jair Bolsonaro é julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela acusação de tentativa de golpe de Estado. Segundo o grupo, os atos de 8 de janeiro de 2023 foram de vandalismo, sem envolvimento do ex-presidente, e não uma tentativa golpista.
“Meu coração está dizendo para eu não desistir da nossa vitória. Nós queremos liberdade de expressão, da nossa liberdade. Poder falar o que quiser sem ser presa. A gente precisa do Bolsonaro de volta. Esse nosso patriotismo veio dele. Estou lutando pelos meus bisnetos”, afirmou a comerciante Irene Carrijo, de 73 anos.
“Volta, Bolsonaro”, gritaram os manifestantes. O ato contou com diversas faixas, e cartazes traziam a frase: “Liberdade não se fatia. Anistia já!”. Outra destacava: “Eleição sem Bolsonaro é golpe”. A maior parte do público participou com a camisa da seleção brasileira e com bandeiras do Brasil.
Manifestantes da esquerda se reúnem na Praça Zumbi dos Palmares, no Conic, para participarem do Grito dos Excluídos. O protesto defende a soberania do país e rejeita a anistia aos acusados de envolvimento com a trama golpista.
“O intuito é dar voz às demandas da população e ampliar esse grito. Permitir um espaço de fala às pessoas que são excluídas, às pessoas que são marginalizadas, ampliar vozes, e também para que essas vozes sejam ouvidas e respeitadas”, disse a representante do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores Por Direitos (MTD), Clades Maria Lopes, de 53 anos.
“Queremos mostrar que o Brasil é do povo e temos que brigar pelo nosso povo, pelo nosso país, porque o Brasil é democrático e de todos os brasileiros. Sem distinção. Defendemos a soberania do país”, acrescentou Clades.
Com o tema “Vida em Primeiro Lugar” e o lema “Cuidar da casa comum e da democracia”, a manifestação que ocorre paralelamente ao desfile cívico-militar de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, reúne movimentos sociais, sindicais, estudantis e culturais não apenas em Brasília, mas em diversas outras cidades do país.
Para facilitar a atuação, as forças de segurança terão como base a estrutura da Cidade Policial, que está montada ao lado do Museu da República. Imagens de drones e das câmeras localizadas no comando móvel da PMDF vão contribuir com o policiamento.
A Delegacia Móvel da PCDF está na Cidade Policial, onde será possível fazer o registro de ocorrências policiais e bloqueio de celulares roubados ou furtados, por meio do programa Fora da Rede. Haverá, ainda, reforço no efetivo da 5ª Delegacia de Polícia, Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA I) e Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM I).
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) também atua na prevenção de incêndios e conta com equipes de militares especializados em atendimento pré-hospitalar, circulando entre o público para uma resposta mais rápida em caso de necessidade.
Os bombeiros utilizam, ainda, a Plataforma de Observação Elevada (POE), com câmeras de alta resolução e alcance acopladas, para melhor observação da movimentação do público.
O CBMDF recomenda, em caso de sol forte e temperaturas elevadas, o uso de roupas leves, protetor solar, bonés ou chapéus. Também é aconselhável ingerir bastante água. Equipes da corporação estarão em diferentes pontos da Esplanada e poderão ser acionadas, além de viaturas para pronto atendimento a emergências pré-hospitalares, incêndio e salvamento.
O estacionamento atrás do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) — o primeiro à esquerda no sentido Rodoviária para o Congresso Nacional, será destinado a táxis e transporte por aplicativo.
O público que se deslocar até o desfile com veículo poderá utilizar as vagas dos anexos dos ministérios, dos setores de Autarquias, Bancário e Comercial. Os condutores deverão estacionar somente em locais permitidos, pois haverá fiscalização por parte dos órgãos de trânsito.
Os ônibus dos participantes do desfile terão espaço reservado no estacionamento da Praça da Cidadania, ao lado do Teatro Nacional. O Detran fará fiscalizações rotineiras em apoio operacional à PMDF. O Eixão do Lazer funcionará normalmente, ou seja, estará fechado para veículos e liberado para circulação de pedestres.
Fonte: Metrópoles
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