O 7 de Setembro foi marcado por manifestações em diversas capitais do país, com grupos da direita e da esquerda ocupando espaços públicos para defender pautas opostas.
Enquanto apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediram anistia e atacaram o Supremo Tribunal Federal (STF), movimentos sociais e parlamentares da esquerda reforçaram bandeiras como justiça social, soberania nacional e enfrentamento à desigualdade.
Em Brasília, o ato bolsonarista reuniu parlamentares como Jaime Bagattoli (PL-RO), Zé Trovão (PL-SC), Mario Frias (PL-SP), Alberto Fraga (PL-DF), Damares Alves (Republicanos-DF) e Bia Kicis (PL-DF). Os discursos foram marcados por críticas ao STF e ao julgamento da chamada “trama golpista”, que apura a tentativa de Bolsonaro e aliados de reverter o resultado das eleições de 2022.
“Bolsonaro não cometeu nenhum crime. Eleição sem Bolsonaro é golpe”, disse Mario Frias. Bia Kicis afirmou: “Somos a voz do Bolsonaro. Somos o exército da liberdade e justiça”. Um áudio breve de Michelle Bolsonaro foi tocado no carro de som, e os presentes denunciaram o que chamam de perseguição política.
No Rio de Janeiro, a manifestação se concentrou na orla de Copacabana, com bandeiras do Brasil e dos Estados Unidos. Participaram do ato o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e o governador Cláudio Castro (PL-RJ). Flávio afirmou que o evento é uma resposta política ao julgamento em curso no Supremo.
Em São Paulo, apoiadores de Bolsonaro se reuniram na Avenida Paulista, reforçando críticas ao Judiciário e pedindo liberdade para os condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes.
Do outro lado, movimentos sociais, sindicatos e partidos de esquerda promoveram atos em defesa da soberania nacional, justiça social e taxação dos super-ricos. Em Brasília, o Grito dos Excluídos reuniu manifestantes entre o Setor Bancário Sul e a plataforma superior da Rodoviária, com concentração na Praça Zumbi dos Palmares, no Conic. O tema deste ano foi “Vida em Primeiro Lugar”.
As pautas incluíram a regulamentação da jornada 6x1, a realização de um plebiscito popular e demandas por mais atenção a idosos, mulheres, negros e pessoas em situação de rua.
O ato também contou com atividades culturais, como música ao vivo, poesia, rodas de capoeira e teatro. Martinha do Coco, um dos principais nomes do carnaval de Brasília, era esperada no evento.
A organização aguardava a presença do ministro Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), da deputada federal Erika Kokay (PT-DF) e dos deputados distritais Fábio Félix (PSOL) e Gabriel Magno (PT).
O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que enfrenta um pedido de cassação e fez greve de fome contra a decisão, participou com o filho no colo. Sua esposa, a deputada Samia Bonfim (PSOL-SP), esteve no ato em São Paulo.
“Quem tem a capacidade de definir o rumo do nosso país são aqueles e aquelas que escolhem as ruas como instrumento principal de luta”, afirmou Glauber.
Na capital paulista, o ato ocorreu na Praça da República, com o lema “Quem manda no Brasil é o povo brasileiro”. As lideranças presentes denunciaram medidas recentes do governo dos Estados Unidos — sob Donald Trump — como sanções de visto e tarifas comerciais, que, segundo os organizadores, têm relação com o julgamento de Bolsonaro.
Outro núcleo do Grito dos Excluídos se reuniu na Praça da Sé, com foco na população em situação de rua. Os manifestantes distribuíram café da manhã e denunciaram a fome, a violência policial, o racismo estrutural e as desigualdades econômicas.
O evento foi marcado por faixas e cartazes com mensagens como “Todas as formas de vida importam, mas quem se importa?” e “Liberdade religiosa”.
Entre os presentes estavam Guilherme Boulos (PSOL-SP), Luiz Marinho (PT-SP) e outras lideranças de centrais sindicais. As pautas incluíram a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a redução da jornada de trabalho sem corte salarial.
Fonte: CNN Brasil
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