Um dia após o controle do incêndio na Serra do Cruzeiro, em São José do Bonfim, no Sertão da Paraíba, as equipes de combate ao fogo confirmaram que não houve surgimento de novos focos. A informação foi atualizada neste sábado (20) pelo comandante do 4º Batalhão de Bombeiros Militares (4º BBM), Tenente-Coronel Danilo Galvão.
"Há oito dias iniciou-se o incêndio na Serra do Cruzeiro e, nas últimas 24 horas, conseguimos combater os últimos focos de chamas no local. Passamos o dia de hoje presentes na Serra do Cruzeiro, realizando a varredura e o rescaldo, com o objetivo de identificar qualquer foco remanescente, além de estarmos no local para o pronto emprego das nossas guarnições caso as chamas voltem a surgir. Agora, vamos reportar a situação ao nosso comandante-geral, bem como à Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade, para que se possa deliberar sobre o encerramento da operação", informou o comandante.
O incêndio, que começou no último sábado (13), consumiu cerca de 40% da vegetação nativa da serra, o equivalente a 160 hectares dos 400 totais. Animais de pequeno porte também foram encontrados mortos em decorrência das chamas.
A operação de combate envolveu mais de 100 profissionais, incluindo bombeiros militares e policiais, além de equipamentos terrestres e aéreos, como caminhões-pipa, drones de monitoramento e o helicóptero Acauã 2, que foi fundamental para alcançar áreas de difícil acesso. Monitoramento via satélite do governo federal auxiliou na identificação de pontos de calor durante toda a ação.
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Apesar do incêndio estar sob controle, as equipes permanecem no local até domingo (21), em caráter preventivo, para garantir que a serra continue segura e nenhum novo foco de incêndio se desenvolva.
O incêndio atinge uma área de Caatinga, bioma predominante na região e bastante vulnerável a queimadas durante o período de estiagem. Especialistas alertam que, mesmo após o fim das chamas, os impactos ambientais podem se prolongar, prejudicando a fauna local e retardando a recuperação da vegetação nativa, que integra o Parque Nacional da Serra do Teixeira, uma área de preservação ambiental.
Na manhã de quarta-feira (17), o delegado Claudinor Lúcio, responsável pela Delegacia de São José do Bonfim, confirmou que o incêndio é resultado de ação criminosa. Segundo ele, o fogo teria sido provocado por caçadores, prática comum na região.
“Não foi uma pessoa só. Pelo que levantamos até agora, são várias pessoas envolvidas nesses focos de incêndio, provavelmente ligadas à caça de animais”, afirmou o delegado. Duas pessoas já foram ouvidas na investigação. Nesta sexta-feira (19), o MPPB protocolou uma representação judicial para a quebra de dados de geolocalização de celulares, medida considerada essencial pelo procurador-geral de Justiça, Leonardo Quintans Coutinho, para identificar os responsáveis e compreender o contexto da prática criminosa.
A força-tarefa, além da Polícia Civil, MPPB, e do Corpo de Bombeiros, conta com a participação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Por Felipe Vilar - Patos Online
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