A Paraíba poderá ter três ou mais candidaturas fortes no cenário político estadual para a disputa das duas vagas no Senado Federal, nas eleições de 2026, vinculadas às candidaturas de Lucas Ribeiro (Progressistas), Cícero Lucena (MDB) e Efraim Filho (União Brasil) ao Governo da Paraíba.
A pouco menos de um ano da eleição, a chapa governista já está formada com os nomes de João Azevêdo (PSB) e Nabor Wanderley (Republicanos), enquanto o União Brasil procura um nome para compor a chapa com o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o MDB busca um parceiro para a chapa do senador Veneziano Vital do Rêgo, que concorrerá à reeleição. O cenário poderá se configurar como o mais acirrado para o Senado desde 2002, quando os ex-governadores José Maranhão, Wilson Braga e Tarcísio Burity, além do então deputado federal Efraim Morais, disputaram as duas vagas, em uma eleição decidida por menos de 3 mil votos.
No campo governista, João Azevêdo traz consigo a trajetória de dois mandatos como governador da Paraíba, período em que consolidou alianças com diversos prefeitos, deputados estaduais e federais, além de lideranças políticas e econômicas. O atual governador busca transformar essa estrutura em capital político para assegurar uma das vagas em disputa. Atualmente, as pesquisas de intenção de voto apontam João na liderança da preferência do eleitorado paraibano, ainda em fase de pré-campanha.
Nabor Wanderley, por sua vez, chega a 2026 com a condição de ser o pai do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, o que lhe confere ampla capacidade de articulação com prefeitos de grandes, médios e pequenos municípios. O prefeito de Patos tem ampliado suas bases políticas e se consolidado como uma liderança estadual com chances reais de disputar a vaga. Nabor possui forte influência no Sertão paraibano, região que reúne quase 90 municípios e cerca de 25% do eleitorado do estado, e tem construído alianças importantes com vistas a 2026.
Na oposição, Veneziano Vital do Rêgo parece ter ganhado fôlego com a chegada de Cícero Lucena como pré-candidato ao Governo da Paraíba. O senador já se apresenta como o nome preferido do presidente Lula, que deve manter ampla maioria de apoio no estado. A expectativa é que Veneziano consiga preservar o apoio de dezenas de prefeitos em diversas regiões da Paraíba. O MDB, no entanto, ainda avalia quem será o companheiro de chapa do senador, vaga que permanece em aberto.
Em outro campo oposicionista, Marcelo Queiroga foi demovido de sua candidatura ao governo para compor a chapa de Efraim Filho, nome escolhido por Michelle Bolsonaro para receber o apoio dos partidos de direita nas eleições da Paraíba.
Queiroga aparece em quarto lugar nas pesquisas de opinião realizadas até o momento, e a expectativa gira em torno de como ele e Efraim irão administrar a relação com o capital eleitoral do bolsonarismo e com os eleitores não simpatizantes da direita, que são maioria, na tentativa de conquistar os votos necessários para um bom desempenho nas urnas.
É certo que o resultado dos acordos políticos firmados até o início do próximo ano só será refletido na preferência do eleitorado a partir das convenções partidárias, quando os paraibanos terão uma visão mais clara das estratégias montadas para a disputa.
O voto para o Senado costuma ser o último a ser consolidado no processo eleitoral. Embora considerado mais neutro, tem grande importância, exigindo das campanhas estratégias assertivas e com poucos erros, fundamentais para definir quem ocupará as duas vagas de senador da Paraíba a partir de 2027.
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