Era por volta do meio dia deste domingo, dia 08, quando duas crianças que caminhavam no Bairro Maternidade, em Patos, chamaram a atenção da reportagem do Patosonline.com. Um dos garotos carregava um saco de nylon grande e os dois se dirigiam até as sacolas plásticas de lixo deixadas pelos moradores da localidade mais nobre do bairro.
A reportagem decidiu acompanhar de longe aquela cena. As crianças se abaixaram e começaram a abrir aquelas sacolas em busca de material reciclado e outros objetos que pudessem ser reaproveitados.
Segundos depois fizemos a aproximação para conversar com os garotos. “João”, que tem 11 anos, e “Luís”, de apenas 07, são irmãos e, de acordo com “João”, fazem sempre o itinerário em busca de algo no lixo que se aproveite para vender.
A reportagem ganha aos poucos a confiança para que o diálogo seja mais tranquilo, pois, o menino mais velho, aparentemente, ficou com receio, mas aos poucos se iniciou a conversa rápida e amigável por parte de todos. As crianças se apresentaram e contaram um pouco de suas histórias. Usamos nomes fictícios de história real.
Pergunto sobre a família, a escola e a rotina. “Eu estudo a tarde e ele de manhã”, disse “João”. O garoto falou que o pai e a mãe estão desempregados e que eles sempre catam lixo no Bairro Maternidade. “A gente pega mais latinhas e garrafas pra vender. A gente vende perto de casa...”, finaliza “João”.
O número de crianças pelas ruas de Patos, sejam nos semáforos, vendendo frutas, usadas como ‘ajudantes’ ou mesmo em condições como a dos dois irmãos estão cada vez mais visíveis. A desigualdade social, falta de políticas públicas e o avanço da miséria é mais cruel com crianças, adolescentes e jovens, porém, acaba atingindo famílias inteiras.
Jozivan Antero – Patosonline.com
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