A senadora Gleisi Hoffmann e o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, se tornaram réus nesta terça-feira no Supremo Tribunal Federal pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A Segunda Turma da corte decidiu por unanimidade, 5 votos a 0, aceita a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República. Notabilizada pelas defesas acaloradas que fez da ex-presidente Dilma Rousseff no julgamento do impeachment, a petista Gleisi se torna a primeira senadora ré pela Lava Jato no STF.
Ministro do Planejamento no governo Lula e ministro das Comunicações no governo Dilma, Paulo Bernardo é acusado de ter orquestrado um esquema milionário de desvio de dinheiro no Ministério do Planejamento quando ocupava a pasta.
A Consist, uma empresa de São Paulo, foi escolhida para administrar a lista de funcionários públicos, pensionistas e aposentados endividados que recorriam aos empréstimos consignados, cujas parcelas vêm descontadas automaticamente na folha de pagamento. Quem recorria aos créditos pagava uma taxa de administração — o lucro da empresa.
A taxa cobrada dos funcionários e aposentados, claro, era superfaturada. O excedente era dividido, e o PT ficava com 70% de tudo. De acordo com a Polícia Federal, o partido arrecadou mais de 100 milhões de reais em cinco anos com base nesse método.
Mín. 19° Máx. 34°