Uma menina de dois anos morreu nesta sexta-feira (22) no Hospital Universitário Júlio Bandeira (HUJB), em Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, após ter sido transferida do Hospital Municipal de São João do Rio do Peixe. A família alega que o hospital universitário demorou para autorizar a transferência da criança, denúncia que está sendo investigada. Outra investigação em curso é sobre uma lesão encontrada nas partes íntimas da menina, identificada pelos profissionais de saúde que realizaram o atendimento.
De acordo com o delegado Francisco Filho, na quinta-feira (21), a mãe da criança, residente na cidade de Triunfo, teria levado a menina para atendimento em uma unidade de saúde em Poço de José de Moura, tendo sido liberada no mesmo dia. O quadro clínico da criança piorou na manhã da sexta-feira (22), e ela foi levada ao Hospital Municipal de São João do Rio do Peixe com fortes dores abdominais. Ao perceberem o estado de saúde que a paciente se encontrava, foi solicitada transferência para o HUJB em Cajazeiras, que é especializado em atendimento.
A família da menina alega que o hospital universitário demorou a autorizar a transferência por falta de leitos disponíveis. Ela foi transferida no final da manhã, em uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e deu entrada no HUJB por volta das 12h30. Contudo, a paciente já estava em quadro clínico grave e morreu na tarde da sexta-feira (22). Ela faria três anos no sábado (23).
Antes da criança ser liberada para a realização do sepultamento, a equipe da unidade de saúde percebeu que ela estava com uma lesão considerável nas partes íntimas. Então, o corpo precisou ser encaminhado para o Instituto de Polícia Científica (IPC), onde passou por um exame cadavérico. O resultado ainda não foi concluído.
O delegado do caso alegou que pelas fortes dores abdominais e lesão, a Polícia Civil vai investigar se a criança teria passado por algum tipo de agressão. As investigações, no entanto, ainda estão em fase inicial e dependem do resultado do exame.
Sobre a denúncia de negligência por parte do hospital, o delegado Francisco Filho informou ao g1 que nesta quarta-feira (27) deve encaminhar o caso para a Polícia Federal, uma vez que o Hospital Júlio Bandeira é vinculado à Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Em nota, publicada nas redes sociais, o HUJB relata que recebeu o contato para a transferência da menina às 10h55 da sexta-feira, mas naquele momento, todos os leitos com suporte para tratamento de urgências e emergências estavam ocupados. Após uma das crianças internadas ser transferida para Patos, a menina pode ser recebida na unidade e deu entrada por volta das 12h30.
O hospital alega também que cumpriu todos os protocolos clínicos disponíveis, mas a criança não resistiu pela gravidade do caso.
A assessoria do Hospital Universitário Júlio Bandeira informa que os atendimentos acontecem mediante encaminhamento das Unidades Básicas de Saúde ou de outros hospitais da região.
Fonte: g1 PB
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