O Promotor de Justiça Dr. Carlos Davi, representante do Ministério Público de Patos e membro da Promotoria do Patrimônio Público, concedeu uma entrevista exclusiva ao programa Espinharas Notícias na tarde desta terça-feira (11) e durante a conversa, um dos assuntos abordados foi a regressão no combate à corrupção no Brasil. Ele destacou que o atual momento é complexo e desafiador para aqueles que atuam na defesa do patrimônio público.
Dr. Carlos Davi expressou sua preocupação com a situação, mencionando que, no ano passado, por pouco a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) não foi aprovada. Essa aprovação teria dado aos promotores o direito de agir em cima de interesses políticos. Ainda hoje, várias propostas tramitam, e o Ministério Público enfrenta um período difícil, especialmente na área de defesa do patrimônio público.
O promotor ressaltou que a quantidade de pessoas nas ruas, lutando contra os desvios e denunciando os abusos, diminuiu drasticamente. As pessoas têm receio de perder seus cargos e se sentem intimidadas diante das possíveis consequências de suas ações. Dr. Carlos Davi enfatizou que embora exista uma lei de abuso de autoridade, ela estabeleceu critérios muito genéricos, o que não permite uma delimitação clara e objetiva dos limites de atuação.
Ao abordar a história do Brasil, o promotor destacou que o país viveu momentos de evolução e involução no combate à corrupção. Ele mencionou o marco representado pela assinatura da lei que proibiu o nepotismo, período em que o Brasil vivia um momento de euforia e superação do patrimonialismo. No entanto, Davi ressaltou que o próprio Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por autorizar essa lei, flexibilizou suas exigências ao longo do tempo, retrocedendo em sua aplicação. Isso tem levado alguns agentes públicos a acreditarem que a coisa pública é uma extensão de suas casas, um espaço para atender a interesses pessoais.
O promotor concluiu que é fundamental fortalecer os mecanismos de combate à corrupção e buscar soluções efetivas para evitar retrocessos, mas infelizmente o momento é de retrocesso e intimidação.
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