O Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, unidade gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), realizou, na tarde dessa sexta-feira (14), mais um transplante cardíaco 100% SUS, o quarto deste ano e o segundo em dois meses seguidos. Isso só foi possível graças à solidariedade da família de um adolescente de 16 anos, que autorizou a doação de múltiplos órgãos.
Andrezza Soares Silva, de 29 anos, contou antes do transplante que já aguardava há dois anos por um coração novo, e que tinha muita expectativa, pois precisou sair da fila do transplante quando engravidou. Após voltar para a lista, esperou por mais cinco meses, até esta sexta-feira. “Quando recebi a ligação fiquei muito feliz e ansiosa, sou cardiopata e já havia realizado uma cirurgia, há cinco anos, de troca da válvula mitral, quando recebi a notícia que precisava realizar um transplante cardíaco.”
Quem acompanhou a paciente foi a cardiologista Roberta Barreto, que explicou que a jovem tem insuficiência cardíaca grave, com o coração crescido em uma fração de injeção de 20%, quando o normal é acima de 50%. “A função do coração dela estava bem reduzida, a causa desse problema cardíaco é uma doença bem prevalente no nosso meio, a febre reumática. Com alteração das válvulas cardíacas, já havia realizado a troca da válvula mitral, porém não vinha evoluindo bem, apresentando muito cansaço aos mínimos esforços, daí a necessidade do transplante de coração”.
A captação do coração foi feita no Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, com início por volta das 11h, e aconteceu após o sim da família do adolescente. “Nesse momento de dor tão grande que a gente está passando, o que nos conforta é saber que ele vai poder viver no corpo de outras pessoas e dar vida a elas para que não passem o que a gente está passando. Mesmo no momento de dor, a gente tem que se colocar no lugar do próximo, e a gente sentou e decidiu que isso seria o melhor, até porque eu sou mãe de uma criança cardíaca e amanhã pode ser eu que esteja na fila de espera com meu filho”, disse a tia do doador.
Além do coração, o adolescente também salvou a vida de pelo menos outras três pessoas. Um dos rins e o fígado foram transplantados em uma unidade hospitalar de João Pessoa; o outro rim foi doado para a rede nacional; e as córneas ficaram no Banco de Olhos da Paraíba.
Após sair do Trauma de Campina Grande, o órgão foi levado pelo Corpo de Bombeiros, escoltado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) até o aeroporto do município, de onde foi levado para o aeroporto de João Pessoa na aeronave do Coração Paraibano, e de lá seguiu na viatura dos Bombeiros até Santa Rita. Para a diretora geral do Hospital Metropolitano, Louise Nathalie, é um marco significativo e demonstra o compromisso da instituição em promover acesso igualitário aos cuidados em saúde.
“Mais um transplante cardíaco no Hospital Metropolitano, esse marco reforça a credibilidade do hospital na comunidade e entre as entidades de saúde, além de fornecer assistência de qualidade para todos. Esse resultado nos impulsiona a um aprimoramento contínuo dos serviços trazendo impacto positivo na vida dos pacientes”.
Sobre o Metropolitano: O Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires é referência em cardiologia e neurologia e recebeu o credenciamento para realização do transplante cardíaco em junho de 2020. Desde então, foi implantado na unidade o Ambulatório de Transplante, para atendimento a pacientes candidatos ao procedimento. Além do transplante em adultos, o Metropolitano tornou-se o 5º hospital público do país habilitado para fazer transplante de coração pediátrico. De 2022 até este mês de julho, já foram realizados cinco transplantes cardíacos, todos com sucesso, além de várias captações de múltiplos órgãos.
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