O bebê Kelvy Daniel dos Santos Barbosa nasceu com cerca de 5 meses e 630 gramas, em uma maternidade de Campina Grande. A mãe teve hipertensão gestacional, o que provocou um parto de emergência e ela só conseguiu segurar o filho no colo pela primeira vez após 43 dias do nascimento da criança.
Kelvy nasceu prematuro extremo, de 23 semanas e 6 dias, com 630g, em março deste ano. De acordo com a Secretaria de Saúde de Campina Grande, os registros mostram que ele é a menor criança já nascida no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (ISEA) que sobreviveu.
O bebê recebeu alta após 4 meses internado no hospital, com 1,830 kg, quase três vezes mais do peso inicial. Apelidado carinhosamente de “chaveirinho” pela equipe médica, a criança ficou 116 dias na maternidade, sendo 64 dias na UTI neonatal, 9 dias na semi-intensiva e 43 dias na Ala Canguru.
A mãe de Kelvy, a dona de casa Gilvanete dos Santos, de 40 anos, já havia passado por duas gestações anteriores. Na primeira, deu à luz com 28 semanas um bebê natimorto por falta de oxigenação. Um ano depois, ela engravidou novamente e teve o filho mais velho, hoje com 9 anos.
Na terceira gestação, Gilvanete já fazia parte do grupo de risco, além de ter o sangue fator RH negativo. Durante a consulta pré-natal, ela descobriu uma hipertensão gestacional mesmo não apresentando nenhum sintoma.
“Passei a tomar remédio controlado e monitorar. Seguia a recomendação, fazia exames e ultrassom. Mesmo assim tive um parto prematuro extremo e foi feita uma cesária de emergência devido ao sangramento repentino”, relata.
Com 23 semanas e 6 dias de gravidez, o aumento da pressão arterial causou o descolamento da placenta e ela foi encaminhada para o ISEA para realizar um parto imediato. Por ser um bebê prematuro extremo, Kelvy precisou ficar na UTI neonatal. A mãe recebeu alta, mas ia ao hospital todos os dias junto com o esposo para ver o filho. “Foi muito dolorido vê-lo naquele processo intubado. Um ser tão pequeno e indefeso”, conta.
Gilvanete só pode pegar o filho no colo pela primeira vez após 43 dias de nascido. “Cabia na palma da minha mão. Muita emoção contemplando o milagre da vida e agradecendo a Deus pelo meu menino estar vivo e evoluindo”, afirma.
A mãe de Kelvy se dividia para dar assistência em casa ao bebê recém nascido. Mas quando chegou a etapa canguru, Gilvanete ficou 43 dias direto cuidando de Kelvy no Isea. Enquanto isso, ficou abrigada na Casa da Gestante por causa da distância para sua moradia, em Lagoa de Dentro.
Após a criança receber alta médica no último dia 7, a mãe Gilvanete dos Santos afirma que é uma sensação de alegria e liberdade. “Voltar para casa depois de tanto tempo, terminar de organizar o enxoval e ver tudo aquilo que foi comprado com amor e carinho e seu filho poder desfrutar”, relata.
Fonte: g1 PB
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