O voto do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, para discriminalizar o porte de maconha para consumo pessoal, gerou diversas opiniões distintas entre a sociedade brasileira. E para falar sobre a questão, o programa Espinharas Notícias, da Rádio Espinharas FM, conversou nesta quinta-feira (03) com o ex-agente da Polícia Federal, Deusimar Guedes, que é autor do livro "Drogas - Problema meu e seu".
De acordo com Deusimar, a discussão já vem de alguns anos, após um advogado entrar com uma ação alegando que não seria mais crime o porte de drogas para consumo pessoal, no caso específico de seu cliente que foi flagrado portando maconha.
Na visão de Deusimar, o STF vem assumindo cada vez mais um papel que é do Poder Legislativo e estaria avançando no pedido, que era um caso específico, mas trata do artigo 28, desse modo, se os ministros se limitarem a este artigo, caso seja aprovada a discriminalização, ela será relativa a todas as drogas e não apenas à maconha.
O ex-agente criticou tal projeto e disse que qualquer política séria em relação às drogas tem que ser no sentido de diminuir o volume de circulação, ao ponto em que, quanto mais a sociedade for tolerante em relação a um comportamento, mais ele tende a se repetir.
"Eu acho que qualquer política que venha a flexibilizar, nesse caso aí, por exemplo, da descriminalização, que tá no caminho pra acontecer, certamente o consumo vai aumentar", disse Deusimar.
Deusimar espera que mesmo sendo discriminalizada, se crie medidas socioeducativas mais efetivas do que as atuais, e que na prática passem a ser cumpridas, não precisando da interferência do juiz, mas sim de uma comissão formada por profissionais diversos, a exemplo de Portugal, onde tal política foi adotada há alguns anos.
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Por Patosonline.com
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