É bem capaz que não tenham avisado a defesa do Corinthians que Lucas Moura havia voltado ao São Paulo. O jogador e o Tricolor não tiveram nada a ver com isso e aproveitaram todos os espaços dados pelos corintianos para garantir, ainda no primeiro tempo, a vitória por 2 a 0 no jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil. O resultado colocou o clube do Morumbi de volta à final da Copa do Brasil. Lucas marcou o segundo, sendo que o primeiro foi anotado por Wellington Rato, aposta do técnico Dorival Júnior para a partida.
Com muitas dificuldades para se encontar na partida, o Timão deu espaços defensivos e não conseguiu segurar o resultado conquistado há três semanas, no jogo de ida, realizado na Neo Química Arena. Quando foi para o abafa, já nos 15 minutos finais, parou em uma noite inspirada do goleiro Rafael que fez, pelo menos, duas grandes defesas e garantiu os são-paulinos na decisão do torneio nacional.
CINCO LANCES QUE MARCARAM A PARTIDA
> FESTA BONITA, MAS ATITUDE LAMENTÁVEL: a torcida do São Paulo fez uma linda festa na recepção ao ônibus do Tricolor, com pessoas penduradas em árvores e placas, árvores e muitas queimas de fogos. No entanto, tudo o que aconteceu na chegada do veículo que trouxe a delegação são-paulina foi manchado quando o 'busão' que trouxe o elenco do Corinthians chegou. Garrafas foram atiradas e depredaram vidros e parte da lataria do meio de transporte corintiano. A situação fez com que o Timão atrasasse a sua chegada ao estádio do Morumbi e, consequentemente, a bola demorou nove minutos para rolar em relação ao horário previsto para o início da partida.
>!RATO NA CORUJA! O São Paulo começou mandando no jogo, indo para cima e dominando as ações ofensivas, enquanto o Corinthians estava na base do abafa e chutão. Em um deles, Cássio saiu jogando errado, a bola sobrou com Wellington Rato que teve toda a liberdade do mundo para dominar, avançar, trazer para dentro e mandar um chute na gaveta, onde a coruja faz o ninho. E nem se três Cássios pulassem no canto direito conseguiria defender. Brilhou a estrela do atacante e do técnico Dorival Júnior, que apostou no jogador justamente no duelo mais importante do ano, até aqui.
>LUCAS (GOL)RA: Com passagem pela base do Corinthians, quando era Marcelinho (por conta da semelhança com o ‘pé de anjo’), mas revelado pelo São Paulo. Voltou para casa, e no seu terceiro jogo marcou o segundo gol. E em uma jogada que teve ele do começo ao fim. Rodrigo Nestor foi para o fundo e tocou para trás. Lucas tinha condição de finalizar, mas inverteu para Wellington Rato, pelo lado direito. O atacante escorou de cabeça para o meio da área, entre os zagueiros corintianos, que ficaram parados. E aí, Lucas Moura foi de novo Lucas (Gol)ra. Ou, Lucas gol lá. Lá no fundo do gol adversário. O primeiro no Morumbi em seu retorno para o berço.
> WESLEY INCENDEIA: o garoto entrou aos 17 minutos do segundo tempo e, a partir dos 30, colcou fogo no jogo pelo lado esquerdo. Partiu dos pés dele as duas primeiras grandes chances do Timão. Na primeira, a bola sobrou para Maycon, que chutou para fora, mas muito próximo da trave do goleiro Rafael. Na sequência, o próprio garoto bateu cruzado e mandou para fora, mas, novamente, com muito perigo.
> DEUS RAFAEL: quando o Corinthians resolveu jogar, duas grandes chances pararam em defesas espetaculares de Rafael. A primeira foi em um chute de fora da área do Matías Rojas, que tinha o ângulo direito como endereço. O camisa 23 do Tricolor foi buscar com a mão trocada. A segunda foi no último lance da partida, quando, após um cruzamento na área, a bola foi rebatida e sobrou para Giuliano bater, da entrada da pequena área, a queima roupa, parando no são-paulino. A arbitragem marcou impedimento no lance, mas ele certamente seria revisado pelo VAR.
COMO FOI O PRIMEIRO TEMPO?
Primeiro tempo de somente um time: o São Paulo. Precisando tirar uma desvantagem de dois gols, o Tricolor foi para cima do Corinthians desde o primeiro minuto. E não demorou muito para abrir o placar. Na primeira grande chance criada, Wellington Rato teve toda a liberdade do mundo para avançar, cortar para o meio e enfiar um canudo no ângulo direito do goleiro Cássio. O lance, inclusive, começou após uma reposição de bola errada do arqueiro corintiano. E a equipe são-paulina seguiu em cima, tanto que ampliou a vantagem ainda na etapa inicial, com o craque do primeiro tempo: Lucas Moura. Em uma troca de passes, o camisa 7 recebeu na entrada da área e inverteu para Rato, que, de cabeça, colocou entre os zagueiros corintianos que pararam. Lucas entrou sozinho cabeceou na trave, mas a bola acabou entrando. O único momento de perigo corintiano foi em uma cabeçada de Murillo, após cobrança de escanteio, que passou pelo canto direito de Rafael, que ficou parado e tirou com os olhos. A bola tirou tinta da trave no Morumbi.
E A ETAPA FINAL?
O Corinthians voltou para o segundo tempo com duas alterações: entraram Fagner e Matías Rojas nos lugares de Bruno Méndez e Fausto Vera. Mesmo assim, o Timão não conseguiu criar as primeiras mudanças. Então, precisou de outras substituições para entrar de vez no jogo. Assim, entraram Matheus Bidu, Giuliano e Wesley aos 17 minutos da etapa final. E, principalmente, o ingresso do terceiro fez o clube alvinegro incendiar. Na casa dos 30 minutos, os corintianos começaram a ensaiar uma pressão e criaram dois grandes lances de perigo. Um iniciado pelo garoto e que terminou com um chute para fora de Maycon. E o segundo com a própria cria do terrão, que bateu cruzado e tirou tinta da trave são-paulina. Antes, o São Paulo teve, pelo menos, duas boas chances de ampliar o marcador. Na principal delas, Calleri ganhou a marcação e tentou a finalização de letra, que parou no goleiro Cássio. Nos minutos finais, o Corinthians foi para a pressão. E foi onde brilhou a estrela do goleiro Rafael, do São Paulo, que fez dois milagres. O primeiro, em um chute de fora da área de Rojas, que iria no ângulo direito. A segunda, no último segundo com uma bola rebatida após cruzamento que sobrou para Giuliano, na entrada da pequena área, enchendo o pé e parando novamente no paredão do Tricolor. A arbitragem marcou impedimento, mas o lance seria revisado pela arbitragem de vídeo.
Fonte: Lance!
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