O Ministério das Relações Exteriores do Brasil acionou autoridades de Israel e da Jordânia para garantir a saída em segurança do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), e de outros políticos brasileiros que estão em Tel Aviv, capital israelense, durante os confrontos entre Israel e Irã. A informação foi confirmada neste sábado (14) pelo Itamaraty, que acompanha a situação com atenção.
O secretário de África e Oriente Médio do Itamaraty, embaixador Carlos Sérgio Sobral Duarte, realizou um contato telefônico com o chanceler de Israel para pedir prioridade na evacuação do grupo brasileiro. No entanto, as autoridades israelenses têm orientado as delegações estrangeiras a permanecerem no país até que haja segurança para deslocamentos, seja por via aérea ou terrestre.
Como alternativa, o chanceler Mauro Vieira também discutiu com seu homólogo da Jordânia a possibilidade de evacuação por terra, cruzando a fronteira com o país vizinho assim que as condições de segurança permitirem.
Cícero Lucena permanece abrigado em um bunker nos arredores de Tel Aviv, junto com uma comitiva de 25 gestores públicos que participavam do Muni Tour 2025 — um programa de cooperação internacional voltado à segurança cidadã e ao desenvolvimento sustentável.
A comitiva estava em Israel a convite do governo local, mas foi surpreendida pela escalada do conflito. Desde a noite de quinta-feira (12), o Aeroporto Internacional Ben Gurion, principal porta de saída de Israel, teve suas operações suspensas em razão dos bombardeios.
Durante entrevista neste sábado ao programa Poder e Notícia, o prefeito relatou que a noite de sexta-feira (13) foi a mais difícil desde sua chegada ao país. Segundo ele, foi necessário buscar abrigo em uma sala antibomba por pelo menos três vezes.
“Fomos surpreendidos com a declaração de guerra na quinta-feira e, ontem à noite, foi a resposta do Irã ao primeiro ataque de Israel. Foi a noite mais intensa, com momentos de grande tensão. Tivemos que nos abrigar por precaução várias vezes”, afirmou Lucena.
O prefeito relatou ainda a necessidade de manter atenção redobrada aos sinais de alerta emitidos por sistemas de segurança locais. “Tem que ser rápido. Do quarto ao abrigo antibomba é uma corrida contra o tempo, e esse espaço possui estrutura mais segura, Deus nos livre, caso uma bomba atinja a área.”
Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores confirmou que acompanha de perto a situação dos dois grupos de autoridades brasileiras em Israel. O governo brasileiro destacou que mantém diálogo contínuo com o governo israelense para garantir a proteção e o retorno seguro dos cidadãos brasileiros. O ministério também reafirmou que está em busca de soluções viáveis de retirada, inclusive por meio da Jordânia.
O conflito entre Israel e Irã ganhou novos contornos na última semana, coincidindo com a estadia da comitiva brasileira no Oriente Médio. O Brasil aguarda, agora, que as condições no território israelense permitam uma evacuação segura.
Leia a nota na íntegra:
O governo brasileiro tomou conhecimento da presença de duas comitivas de autoridades estaduais e municipais do País em Israel, a convite do governo local, no momento do início das hostilidades em curso, com o ataque israelense ao Irã, na noite de quinta-feira, 12/6. A operação do aeroporto Internacional de Tel Aviv foi temporariamente suspensa desde então como uma das consequências da crise.
A embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato com as delegações brasileiras e o Ministério das Relações Exteriores fez gestão junto ao Ministério de Relações Exteriores de Israel para que ambos os grupos tenham garantias de segurança e possam retornar ao Brasil assim que as condições naquele país permitirem. O secretário de África e Oriente Médio manteve contato telefônico com seu homólogo da chancelaria israelense, ocasião em que pediu tratamento prioritário à saída em segurança das delegações brasileiras. Até o momento, autoridades israelenses têm aconselhado as comitivas estrangeiras a permanecerem no país, até que as condições permitam qualquer deslocamento desses grupos por via aérea ou terrestre.
O Ministro das Relações Exteriores manteve contato hoje com seu homólogo da Jordânia, com o objetivo de abrir uma alternativa de evacuação por aquele país, quando as condições de segurança em Israel permitam um deslocamento por terra até a fronteira.
Por Patos Online
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