
Um estudante de física da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) conseguiu um feito inusitado: criar uma motocicleta de papelão. Hector Diego, de 19 anos, calculou, desenhou e construiu do zero a réplica de uma motocicleta de alto padrão na cidade de Cuité, no interior paraibano.
Hector é estudante do curso de graduação em física da UFCG no campus de Cuité, cidade onde ele mora. Além de ser estudante, ele também trabalha com artesanato, produzindo várias outras peças com materiais como o próprio papelão, e ainda atua como organizador de eventos.
Apaixonado por física e por desafios, Hector se inspirou no influenciador Henry Gonçalves, que produz várias peças de veículos, como kart e motocicletas, com papelão, e divulga em vídeos na internet.
De tanto consumir o conteúdo, ele decidiu construir uma motocicleta, e em fevereiro deste ano tirou a ideia do papel e começou a criar do zero o veículo.
"Eu acompanhava o Henry Gonçalves, que é um criador dessas artes de papelão. Ele sempre fazia, e desde pequeno eu vi os vídeos dele. Daí como eu cresci e já sabia mexer no material, eu pensei, 'por que não tentar?", explicou.

Entusiasmado com a ideia, Hector demorou cerca de 55 dias para construir a moto, e de pouco a pouco conseguiu se dedicar ao trabalho aos fins de semana e nos dias em que não tinha aula durante a semana.
O projeto foi desenhado e calculado pelo estudante. Cada peça foi medida com o cuidado de quem tinha o objetivo de fazer a moto funcionar de verdade.

O jovem conta que não foi difícil conseguir matéria prima para o projeto. Foram várias caixas grandes de papelão, algumas cedidas por conhecidos e outras encontradas pelas ruas de Cuité.
"Papelão não foi um material difícil de achar aqui não. Foram 15 caixas de fogão, quatro caixas de bicicleta grandes e duas caixas de uns armários bem grandes. Essas 15 caixas de fogão três pessoas me deram, conhecidos meus, que eu disse que estava fazendo projeto e eles me deram. As outras eu peguei assim no meio da rua mesmo, quando o povo comprava o fogão eles jogavam na frente de casa e algumas eu peguei atrás da loja. As de bicicleta eu peguei atrás dessas montadoras de bicicleta que tem, que eles montam e descartaram", explicou.
Além do papelão, Hector também usou materiais como vergalhão, para dar base de sustentação ao veículo; metalon, e canos e motor elétrico para simular o movimento dos pistões. Também foram utilizados fios, lâmpadas de led para o farol e interruptor para acionar o sistema elétrico.
Apesar de parecer uma bicicleta, a base da motocicleta criada por Hector foi feita à mão, por ele mesmo. Tudo para conseguir mostrar o potencial do artesanato.
O estudante explica que ainda faltam alguns detalhes para concluir a ideia inicial da motocicleta de papelão, inspirada no modelo Africa twin CRF 1100 versão MT.

Mesmo assim, o veículo tem chamado atenção por onde passa, atraindo inclusive motoqueiros de outras partes da Paraíba e do Nordeste, que vão até Cuité conferir de perto a criação de Hector.
"A repercussão tem sido incrível, bem acima do que eu esperava. Foi algo que eu não esperava no começo, porque quando eu postava pegava mil visualizações, bem pouquinho mesmo. Daí depois, lá pro dia 45, que eu já tinha feito a frente dela, já tinha feito as rodas e ela estava quase meio encaminhada, eu postei no TikTok e deu mais de três milhões de visualizações em menos de um dia. Daí foi da vez que eu comecei a postar", disse.

Hector deixa claro que os conhecimentos sobre física e matemática o ajudaram muito a produzir a moto.
"Para a pessoa saber fazer ela tinha que usar trigonometria, dividir ela em ângulos, essas partes, em triângulo, retângulo... Para dividir ela você tinha que saber a somatória que ia ser em uma escala 1 por 10 (...) Tudo bateu com o tamanho porque depois eu quando eu já tinha feito essas contas desenhadas, eu fui olhar na especializada da fábrica. Daí eu consegui fazer ela", explica.
A circulação da moto com Hector pilotando é proibida, uma vez que o veículo não possui regularização junto ao Detran-PB, e apresenta ausência, portanto, de placa ou chassi.
O estudante é ciente da proibição, e afirma que sua criação se trata de uma réplica, e portanto, não pode ser pelotada no trânsito.
"Procurei sim saber se é permitido circular com ela. Eu fui atrás para saber se era permitido andar com ela. Andar com ela sim é permitido, mas pilotar não é porque ela é uma réplica, né? Eu posso ficar movendo ela dos cantos, fazendo posts, mas andar em cima dela não, porque ela tem que ter um número de chassi, tem que ter uma placa, ela não é um veículo autorizado pela Detran", reitera o artesão.
O objetivo do paraibano é inspirar outras pessoas que enxergam no artesanato a possibilidade de fazer inúmeras coisas.
"Meu objetivo era também ser inspiração, porque eu tive uma inspiração, que foi o Henry Gonçalves, que faz vídeo fazendo moto, carro, tudo de papelão. Então, eu pequenininho via e pensava, 'ah, eu vou fazer algum dia um' (...) para inspirar, inspirar e inspirar os outros", finaliza.
Fonte: g1 PB
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