Se os testes para a vacina da Covid-19 realizados pelo Imperial College, de Londres, forem bem-sucedidos, o Reino Unido pode pode começar a implementar a imunização no primeiro semestre de 2021. O professor Robin Shattock, que chefia a equipe de desenvolvimento de vacinas do Imperial College, afirmou neste domingo, 12, que, se a pesquisa correr “realmente bem”, haverá doses suficientes disponíveis para todos os cidadãos do país.
Prevemos que, se tudo correr muito bem, obteremos uma resposta sobre se (a candidata a vacina) funciona no início do próximo ano e criamos a infraestrutura para fazer essa vacina em todo o Reino Unido”, disse Shattock à “Sky Network”.
Ele alertou, no entanto, que “não há certeza” de que algum das candidatas a vacina atualmente em desenvolvimento irá funcionar, pois depende do nível de imunidade necessário para prevenir a infecção. Isso porque os cientistas não sabem que nível de imunidade uma pessoa precisa para impedir a disseminação do coronavírus, por isso é “difícil de prever” se as imunizações serão bem sucedidas.
“Se você precisar apenas de uma quantidade muito pequena de imunidade, suspeito que a maioria das vacinas em desenvolvimento funcionará. Mas se você precisar de uma resposta imunitária muito forte ou de uma qualidade específica de resposta imunitária, algumas dessas candidatas podem ser descartadas”, afirmou Shattock.
No final de junho, o Imperial College testou sua candidata a vacina no primeiro voluntário saudável, e até agora foram feitos testes em cerca de outras 15 pessoas, número que vai aumentar para 200 ou 300 participantes nas próximas semanas.
Atualmente, há outra vacina britânica em testes, inclusive aqui no Brasil, desenvolvida pela Universidade de Oxford. Na fase 3 dos exames, a imunização é uma das maiores apostas, e a diretora médica do grupo farmacêutico AstraZeneca chegou a dizer que poderá ser distribuída ainda em 2020.
No entanto, para o pesquisador do Imperial College, a possibilidade de que a vacina de Oxford poderá estar disponível em setembro deste ano é “muito otimista”. O especialista afirmou, porém, que é “muito baixo” o risco de nenhuma das vacinas britânicas funcionar. “Acho que temos muita sorte no Reino Unido de ter duas candidatas muito fortes, um na Imperial e outro em Oxford, e, portanto, estamos muito bem colocados, mas ainda não há certeza de que essas duas funcionem”, enfatizou.
Com EFE
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