A comissão especial da Câmara dos Deputados criada para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que torna obrigatório o voto impresso rejeitou por 23 votos contrários e 11 a favor nesta quinta-feira, 5, o avanço da PEC para aprovação no Plenário da Câmara. A decisão foi lamentada pelo deputado federal Filipe Barros (PSL-PR), relator do documento, nas redes sociais. “Infelizmente, VOTO IMPRESSO + APURAÇÃO PÚBLICA foi rejeitado”, lamentou. A deputada Bia Kicis (PSL-DF), criadora e defensora da PEC, também se posicionou nas redes. “Dia lamentável para a democracia brasileira. Perdemos a batalha mas não a guerra”, afirmou, citando que o presidente da Casa, Arthur Lira, ainda pode enviar projeto para Câmara.
Falando a favor da PEC em sessão nesta quinta, Kicis citou um relatório da Polícia Federal que traz informações cedidas pelo secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Dutra Janino, dizendo à PF que “existe a possibilidade de manipulação de arquivos de configuração que alimentam o software da urna”. “As vísceras da fragilidade do sistema estão expostas, o povo foi às ruas para exigir transparência eleitoral”, disse, afirmando que não tem como provar fraudes, mas tem como provar uma invasão ao sistema. Falando contra o voto impresso, a deputada Fernanda Melchionna citou supostas “ameaças golpistas” do governo e disse que Jair Bolsonaro é “delinquente que acha que tem condições de ameaçar a realização das eleições”.
Apesar da rejeição, o projeto ainda deve ir ao Plenário, já que as comissões especiais não apresentam caráter conclusivo. Agora, diante do parecer negativo, todos os deputados da Casa deverão votar um novo parecer a ser redigido pelo deputado Junior Mano (PL-CE), novo relator do projeto. Ele precisará fazer um parecer pela rejeição do texto que, se apoiado pela maioria do colegiado, deverá ser enviado para votação no Plenário.
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