O reencontro do torcedor do São Paulo com sua equipe no estádio do Morumbi após mais de um mês de separação forçada entre as partes com a eliminação precoce no Campeonato Paulista não foi combustível o suficiente para que a equipe do técnico Rogério Ceni pudesse fazer um pedido de desculpas à altura do que os fãs mereciam após o vexame ante o Água Santa. Jogando um futebol de pouca criatividade, o Tricolor ficou em um empate sem gols com o Ituano no jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil, na noite desta terça-feira (11). A equipe saiu de campo vaiada.
Resultado que complica, um pouco, a luta da equipe são-paulina para conseguir a classificação no principal mata-mata nacional no jogo de volta, próximo dia 27 (terça-feira), em Itu. Quem vencer se classifica. Empate leva a decisão para os pênaltis.
O que se viu do São Paulo na fria noite no Morumbi foi de uma equipe sem criatividade alguma e com um meio-campo inexistente, que não conseguiu articular o necessário para levar o devido perigo ao adversário. Usou e abusou da bola aérea, que se tornou manjada.
Adversário esse, sempre bom lembrar, que já havia colocado Ceni se seus atletas na teia tática na rodada inaugural do Paulistão, em janeiro. Amarrado o adversário, o Ituano pode sair como melhor em campo, responsável por criar as melhores chances de perigo e que só não venceu por detalhes.
Pela 14ª vez no 14º jogo do ano Ceni levou a campo uma escalação diferente. Manteve os três zagueiros, mas apostou em um ataque mais fixo, com Calleri e Erison enfiados. No segundo tempo, após ver que a coisa não andava, mudou tudo, colocou Luciano e David e voltou ao 4-2-4 usado no Estadual. A coisa também não rendeu. Após a boa vitória na Argentina na estreia pela Copa Sul-Americana, o Tricolor vê, logo cedo, o sinal de alerta ligado. E ainda tem o Campeonato Brasileiro para estrear.
PRIMEIRO TEMPO DECEPCIONA
Com três zagueiros e dois atacantes de ofício fixos na frente, o São Paulo penou no primeiro tempo contra um recuado Ituano. A maior parte da etapa foi de um Tricolor que buscou cozinhar o jogo, tocar a bola, tentar arrumar espaços, esbarrar na defesa eficaz do adversário e apelar para a bola aérea, que pouco rendeu.
O cenário lembrava - e muito - o da estreia no Campeonato Paulista ante o mesmo rival, que terminou em um insosso 0 a 0.
CENÁRIO MUDA, MAS TRICOLOR LEVA SUFOCO
O tempo foi passando. E o São Paulo tentando arrumar uma maneira de furar o bloqueio do Ituano. Conseguiu, enfim, aos 32'. Rato cobrou escanteio na primeira trave e encontrou Alan Franco, que desviou de cabeça e levou perigo ao gol de Jefferson Paulino. A bola ainda desvia em Paulo Victor, o que aumentou o susto.
Ao decorrer do jogo, aos poucos, o Ituano ia conseguindo encontrar maneiras de encaixar a jogada redentora que lhe faria alcançar a glória no Morumbi. Tentou um, dois e conseguiu no terceiro contra-ataque. Aos 34', José Aldo recebeu com liberdade pela ponta direita e cruzou na medida para Eduardo Person, que desviou de cabeça e levou muito perigo ao gol do Rafael. Quase o gol do visitante.
SOBRA EMPOLGAÇÃO, FALTA QUALIDADE
O São Paulo continuou acéfalo, sem criação no meio-campo, sem articulação e criatividade, sobrando as jogadas aéreas como a única ferramenta disponível. Mesmo assim, quase chegou ao gol. Aos 38', Beraldo 'fatiou' a bola e coloca na fogueira, dividida entre Calleri e Jefferson Paulinho, que sai de soco e deixa a bola na medida para Rodrigo Nestor emendar o chute de primeira. O arqueiro estava batido, mas Claudinho foi em cima da linha cobrir seu espaço e salvar a jogada.
Quando os gritos de Luciano e vaias já ecoavam das arquibancadas, aos 44', mais uma vez veio com perigo o Tricolor: Erison recebeu a bola com liberdade e chutou de longe. A bola passou perto da trave esquerda de Jefferson Paulino.
CENI MUDA TUDO, MAS...
Para a etapa final, Rogério Ceni mudou tudo. Encerrou o esquema com três zagueiros, colocou Luciano e David em campo e voltou ao 4-2-4 do Paulistão, com seu camisa 10 atuando mais avançado do que propriamente articulando.
Mas e aí? E aí que o torcedor continuou sofrendo com a falta de articulação e a insistência na bola aérea. Aos 9', Rato cruzou - de novo -, mas desta vez a bola foi rasteira. Achou justamente Luciano, que girou sobre a marcação e finalizou prensado, para susto do goleiro do Ituano.
SUPER ITUANO CONTRA O BAIXO ASTRAL
O tempo ia correndo, e a insistência são-paulina nos métodos habituais de ataque já pareciam ser claras. E aí o Ituano se animou. Aos 22', Quirino ganhou a disputa com Arboleda, invadiu a área e hesitou na hora de finalizar. Quando chutou, acabou bloqueado e viu Rafael fazer uma tranquila defesa.
O lance poderia ter acordado os mandantes. Pelo menos rendeu a melhor chance do Tricolor na etapa final: aos 31', Jefferson Paulinho errou o passe e deixou David com espaço para invadir a área. O atacante puxou para o fundo e cruzou na medida para Michel Araújo, que chegou chutando de primeira e perdeu ótima chance.
Mas... O que se viu foi um Ituano mais perigoso nas jogadas de ataque. Aos 33', Luciano cobrou falta errada e deu de bandeja o contra-ataque para o Ituano. A bola chegou até Person, que chutou da entrada da área e levou perigo ao gol de Rafael.
Chance de perigo mesmo, o são-paulino só viu aos 46', quando Méndez achou belo passe para Rafinha, que cruzou na medida para Luciano desviar de cabeça. Jefferson Paulinho fez grande defesa e evita o gol. Para desgosto dos torcedores, que vaiaram o time após o apito final...
PRÓXIMOS JOGOS
São Paulo e Ituano fazem o jogo de volta desta terceira fase da Copa do Brasil no próximo dia 25 (terça-feira), também às 21h30 (de Brasília), no Novelli Júnior, na cidade interiorana. Antes disso, o Tricolor estreia no Campeonato Brasileiro neste sábado (15), às 18h30 (de Brasília), contra o Botafogo, no Rio de Janeiro (RJ).
Fonte: Lance!
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