Jorge Sampaoli já está no Rio de Janeiro para se apresentar ao Flamengo. Novo técnico rubro-negro, o argentino de 63 anos saiu na noite de sábado de Sevilha, na Espanha, fez escala em São Paulo de madrugada e, após atraso no voo, desembarcou por volta das 10h da manhã deste domingo no Rio de Janeiro, onde foi recebido pelo diretor executivo de futebol do clube, Bruno Spindel, e por um pequeno grupo de torcedores no Aeroporto do Galeão.
- Feliz pela possibilidade e esperando corresponder toda a expectativa que vocês têm. Sim (já conhecer jogadores do elenco ajuda), primeiro é chegar, diagnosticar e ver como estão. E depois propor um trabalho que seguramente dê resultados - declarou Sampaoli em rápida entrevista à "FlaTV", canal oficial do clube no YouTube.
Antes das primeiras palavras do treinador, quem também deu entrevista foi Bruno Spindel. O diretor executivo de futebol rubro-negro
- A gente está muito feliz com a contratação do Sampaoli. É um sonho antigo nosso, todas as vezes que foi possível para o Flamengo tentar sua contratação ele estava empregado. E agora a gente conseguiu e tenho certeza que vai ser um trabalho de muito sucesso. Flamengo, nossa torcida, o grupo, todos aqui vão ser muito felizes com ele comandando a equipe. Tenho certeza que vamos lutar por muitos títulos e se Deus quiser conquistar grandes títulos esse ano - declarou, completando com as características de Sampaoli que agradam à diretoria:
- Principalmente de ter muita posse, ficar com a bola, de ser agressivo com e sem a bola, de buscar muitos gols. Acho que isso é o DNA do Flamengo, o que o nosso torcedor deseja e a gente para o clube, um treinador vencedor. E que tem a ver com as características do nosso elenco, de aproveitar muito esse lado ofensivo, técnico, de ficar com a bola e marcar muitos gols.
O treinador só iniciará os trabalhos na segunda-feira, mas já estará no Maracanã para acompanhar o jogo contra o Coritiba às 16h (de Brasília), na estreia do time no Campeonato Brasileiro. Ele chega com ao clube com uma comissão técnica de seis integrantes. Entre eles, Gabriel Andreata, visto como braço-direito do treinador argentino e que tinha a função de gerente de futebol nas passagens pelo Atlético-MG e Santos, mas no Rubro-Negro será coordenador.
O nome virou consenso entre os dirigentes rubro-negros após os resultados recentes e a incerteza pelo futuro de Jorge Jesus. O movimento é uma mudança na postura de espera pelo técnico português que está no Fenerbahçe, da Turquia. Mesmo sem unanimidade interna, o Fla deu uma semana para definir o futuro com o Mister, prazo que dependia de uma avaliação de risco. Após a derrota para o Maringá, na última quinta-feira, pela Copa do Brasil, a diretoria decidiu seguir em frente.
A má fase do time vem gerando protestos de torcedores no Rio de Janeiro. No último sábado, diretoria e jogadores foram alvos de críticas em faixas no Ninho do Urubu. “Fora Braz”, “Gabigordo”, “Muita marra e pouco futebol”, “Time de frouxo” foram algumas das frases expostas por um grupo pequeno de torcedores em cartazes.
Neste domingo, os muros da Gávea também amanheceram pichados com frases como: “Landim omisso”, “Fora Braz”, “Diálogo não está adianta, né?” e “Estamos sem liderança, volta Rafinha”. O clube agiu rápido e pintou as paredes nas primeiras horas da manhã. Apesar de ter sido uma opção impopular com a torcida, que queria Jorge Jesus, Sampaoli não foi citado nos protestos.
Jorge Sampaoli é argentino, mas começou o sucesso no futebol no Chile, a partir de 2011, quando conquistou a Copa Sul-Americana com a Universidad do Chile - na campanha, eliminou o Flamengo nas oitavas de final com direito a uma goleada por 4 a 0 no Rio de Janeiro.
Em 2012, assumiu o comando da seleção chilena e conquistou em 2015 a primeira Copa América da história do país. Em 2016, teve a primeira chance na Europa, no comando do Sevilla. A passagem foi rápida, e o destino seguinte foi a seleção da Argentina.
Na Gávea, o treinador é credenciado pelo estilo de jogo, a experiência no futebol brasileiro e o entusiasmo do presidente Rodolfo Landim. Em 2019, no comando do Santos, ele foi o maior desafiante do Flamengo de Jorge Jesus e terminou o Brasileirão na vice-liderança. No ano seguinte, levou o Galo ao terceiro lugar.
Os resultados positivos no Brasil o levaram de volta à Europa. Primeiro ao Olympique de Marselha, da França, onde ficou por pouco mais de uma temporada, teve bons números e pediu demissão após desentendimento com a diretoria. O último trabalho foi uma volta ao Sevilla, mas a passagem durou apenas cinco meses. Ameaçado de rebaixamento, o clube demitiu Sampaoli no dia 21 de março.
Fonte: ge
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