As denúncias de que adolescentes e até crianças de Patos estariam sendo usadas como vendedoras ambulantes e exploradas por adultos para trabalharem em regime sem-escravo em outras regiões do pais, foi confirmada na manhã desta terça-feira (04/09), pela presidente do Conselho Tutelar de Patos, Geralda Bezerra.
Segundo as denuncias, corretores de redes e calçados estariam aliciando essas crianças para trabalharem em outras estados, muitas vezes em troca do próprio alimento.
O motorista José Ramalho Nóbrega, denunciou recentemente, que teve um filho vítima de esquema. O garoto teria passado quarenta dias em Belém do Pará, se alimentando apenas duas vezes ao dia, dormindo em galpões, e sofrendo maus tratos.
A conselheira Geralda Bezerra afirmou que muitas vezes, os adolescentes vão trabalhar com o consentimento dos pais. “São pais que às vezes recebem dinheiro adiantado dos corretores, e precisam deixar que seus filhos viajem para poder pagar essa dívida”, declarou Geralda.
Segundo Geralda, os aliciadores de menores investem nesse tipo de negócio, pois têm a certeza de que terão uma mão de obra barata. Ela declarou que existem relatos de que os menores, muitas vezes, só se alimentam se vender, dormem de baixo de caminhão e muitas vezes falta a alimentação necessária.
Segundo Geralda, casos desse tipo já chegaram ao Conselho Tutelar. Os conselheiros tentam colocar essas crianças em programas sociais, mas a maioria não quer voltar a estudar, pois passam problemas financeiros em casa e por isso precisa trabalhar.
Além da denúncia do motorista José Ramalho, mais outras duas foram protocoadas no Conselho Tutelar Sul de Patos, sobre a exploração do trabalho infantil por vendedores de Patos.
Da redação/Marcos Oliveira
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