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Locais Chuvas em 2025

Patos-PB poderá registrar índice pluviométrico entre 600 mm e 800 mm de janeiro a maio de 2025, prevê Dr. Rodrigo Cézar

Com o Atlântico Sul na altura da costa leste do Nordeste quente, e com a La Niña configurada, a perspectiva é melhor que nos primeiros três meses do ano, as chuvas nos referidos meses poderão variar entre a média e valores acima da média.

26/12/2024 às 06h00 Atualizada em 26/12/2024 às 11h30
Por: Felipe Vilar Fonte: Rodrigo Cézar Limeira
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Foto: Daniel Figueiredo
Foto: Daniel Figueiredo

Os sistemas meteorológicos precipitantes mais importantes que atuam na região ao longo do ano:

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1)     Vórtices ciclônicos de altos níveis: dezembro, janeiro, fevereiro e março;

2)     Instabilidade atmosférica decorrente da atuação de frentes frias no sul da Bahia: outubro, novembro e dezembro;

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3)     Zona de Convergência Intertropical: De fevereiro a maio.

Conjuntura oceânica e climática em dezembro de 2024

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  • Oceano Atlântico Sul na altura da costa leste do Nordeste: ao longo de todo o mês de dezembro de 2024 com temperatura das águas superficiais variando de normais a abaixo da média, e tendência de se manter mais frio de que o normal nos próximos meses, e a justificativa baseia-se no balanço de energia dos oceanos, a citada porção oceânica esquentou demais no primeiro semestre de 2024, algo visto poucas vezes ao longo da História, dessa forma, como o mesmo perdeu muito calor para a atmosfera no primeiro semestre de 2024, a tendência é que o citado oceano se mantenha bem menos quente no primeiro semestre de 2025, algo que poderá impactar negativamente no fornecimento de umidade para chuvas na região de Patos-PB principalmente nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2025, quando o Atlântico Sul na altura da costa leste do Nordeste tenderá a ficar pouco quente, no entanto deve-se frisar que os vórtices ciclônicos de ar superior poderão em alguns momentos nos meses de janeiro, fevereiro e março, favorecer a ocorrência de chuvas  sobre a região, melhorando a situação;
  • Os meses de abril e maio deverão favorecer a ocorrência de boas chuvas no município de Patos, pois é provável que o Atlântico Sul na altura da costa leste do Nordeste esteja suficientemente quente, tal fato deverá ocorrer na passagem de março para abril, com isso a ZCIT (Zona de Convergência Intertropical), principal sistema meteorológico gerador de chuvas da região, poderá finalmente provocar chuvas significativas. Como o melhor período para cultivo das lavouras é quando a ZCIT está atuando, ou seja, quando o Atlântico Sul na altura da costa leste do Nordeste está bem quente, é provável que seja necessário irrigar os cultivos em algum momento, devido à grande irregularidade na distribuição espacial e temporal das chuvas, condicionada a atividade dos vórtices na região entre janeiro e março;
  • Dessa forma, o cenário para as chuvas na região de Patos-PB entre janeiro e maio de 2025, mostra chuvas mais irregulares entre janeiro e março, e chuvas mais satisfatórias em abril e maio;
  • Essa análise climática também se baseia em similaridade e também leva em consideração aspectos ligados à memória de eventos climáticos no semiárido do setor norte do Nordeste;
  • As condições oceânicas observadas em dezembro de 2024 são parecidas em alguns aspectos com as condições oceânicas observadas em dezembro de 2020, dessa forma, no ano de 2021 choveu 783 mm em Patos de acordo com dados oficiais da AESA, esses dados são do posto pluviométrico da Empaer, onde a média pluviométrica anual é de 715 mm;
  • Para o período de janeiro a maio de 2025, a maior probabilidade é de chuvas variando de normais a abaixo da média na região de Patos, ou em outras palavras, chuvas na média ou abaixo dela dentro do período;
  • A Oscilação Maddem-Juliam não deverá ficar neutra em boa parte da estação chuvosa do semiárido do setor norte do Nordeste em 2025, podendo favorecer a formação de nuvens precipitantes na região em momentos distintos;
  • O fenômeno climático e oceânico La Niña estará ativo na região central do Oceano Pacífico Equatorial, provavelmente variando de fraca a moderada intensidade, algo que deverá intensificar os ventos alísios, e aumentar a instabilidade atmosférica sobre o interior do Nordeste principalmente em fevereiro, março e abril.
  • O Atlântico Norte está atualmente mais quente de que o normal, lembrando que o mesmo esteve com tendência de ficar mais frio de que o normal entre 2018 e 2022, ou seja, nesse período, o mesmo esteve na fase negativa da Oscilação Multidecadal do Atlântico, fato que é mais favorável para as chuvas no primeiro semestre do ano no semiárido do setor norte do Nordeste;
  • De 2019 a 2024, o trimestre janeiro, fevereiro e março vem sendo caracterizado com boas chuvas em várias áreas do semiárido do setor norte do Nordeste, a exceção foi o trimestre janeiro, fevereiro e março de 2021, no qual choveu abaixo da média em boa parte da região.
  • Qual seria então a conjuntura climática e oceânica mais favorável para chuvas na região, e em grande parte do semiárido do setor norte do Nordeste nos primeiros 05 meses do ano?

1)   Atlântico Sul quente na altura da costa leste do Nordeste;

2)   Atlântico Norte frio;

3)   La Niña moderada e principalmente forte na região central do Oceano Pacífico Equatorial;

4)   Vórtices ciclônicos de altos níveis em posições favoráveis, para transportar para o norte do Nordeste umidade de outros sistemas meteorológicos precipitantes de larga escala, exemplo: frentes frias ou zonas de convergência do Atlântico Sul sobre o sul da Bahia ou sobre o Sudeste em janeiro e fevereiro;

5)   Oscilação Maddem-Juliam com sinal não neutro durante os primeiros 05 meses do ano, favorecendo em momentos distintos a formação de nuvens de chuva na região.

 Síntese do cenário atual:

        Com base nas condições climáticas e oceânicas vigentes agora em dezembro de 2024, tem-se:

1)  Atlântico Sul frio na altura da costa leste do Nordeste;

2)  Atlântico Norte quente;

3)  La Niña com tendência de ficar moderada entre fevereiro e março de 2025;

4)  Um vórtice esteve em posição favorável e possibilitou a ocorrência de alguns eventos de precipitação pluviométrica na região em dezembro;

5)  A Oscilação Maddem-Juliam não está neutra agora em dezembro, e poderá se manter dessa forma nos próximos meses.

Em termos de quantidade de chuva, considerando-se uma média pluviométrica anual de aproximadamente 715mm no município de Patos-PB, e que grande parte dessa precipitação média anual cai entre janeiro e maio, é provável que no período entre 01 de janeiro e 31 de maio de 2025, o índice pluviométrico no município de Patos fique entre 600mm e 800mm, onde é levado em consideração os desvios dos padrões normais do clima.

Síntese das previsões

De janeiro a março de 2025:

Precipitações irregulares majoritariamente associadas à atividade dos vórtices ciclônicos de altos níveis, com a persistência no referido trimestre de águas superficiais mais frias de que o normal no Atlântico Sul na altura da costa leste do Nordeste. Dentro do período as precipitações poderão variar de normais a abaixo da média no município de Patos, no entanto, como as chuvas associadas à atividade dos vórtices ciclônicos são muito irregulares, alguns eventos de chuva significativos poderão ocorrer nesse período na região, principalmente em janeiro, dessa forma, poderão ocorrer totais pluviométricos acima da média em Patos no citado mês, ou acima dos 68 mm.

Em abril e maio de 2025:

Com o Atlântico Sul na altura da costa leste do Nordeste quente, e com a La Niña configurada, a perspectiva é melhor que nos primeiros três meses do ano, as chuvas nos referidos meses poderão variar entre a média e valores acima da média.

Nos primeiros 05 meses de 2025, a cidade de Patos deverá registrar um índice pluviométrico entre 600 mm e 800 mm no posto pluviométrico da Empaer.

Previsão climática elaborada por Rodrigo Cézar Limeira:

Físico, meteorologista, mestre em Meteorologia, doutor em Física Quântica, escritor, editor do portal Ciência em Foco, membro da AISP (Associação de Imprensa do Sertão Paraibano) e da ABJ (Associação Brasileira dos Jornalistas). É um estudioso do clima e de várias áreas da Física, consultor meteorológico do agronegócio e de eficiência energética. Mais informações sobre sua atuação profissional acesse:

http://cienciaemfoco.com/sobre-ciencia-em-foco  

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