O dólar manteve o ritmo dos últimos dias e engatou a décima queda seguida na sessão desta sexta-feira (31/1), terminando o dia negociado a R$ 5,83.
Nesta sexta-feira, os investidores repercutiram dados tanto do cenário doméstico quanto do internacional.
No Brasil, o índice de desemprego recuou para 6,2% no trimestre encerrado em dezembro de 2024. Com o resultado, a taxa média anual do índice de desocupação foi de 6,6%, uma queda de 1,2 ponto percentual em relação a 2023 (7,8%).
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta manhã.
O resultado de 2024 é o menor da série histórica iniciada em 2012, quando teve média anual de 7,4%. O percentual acumulado do ano passado ultrapassou o recorde anterior, registrado em 2014 (7%).
No cenário externo, o mercado repercutiu a divulgação dos novos dados de inflação nos Estados Unidos, de acordo com o Índice de Preços de Gastos com Consumo (PCE, na sigla em inglês), que ficou em 0,3% em dezembro de 2024.
No acumulado do ano passado, a inflação do consumidor nos EUA foi de 2,6%, dentro das estimativas dos analistas.
O PCE é o índice de inflação mais levado em consideração pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) nas decisões sobre política monetária. A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação.
Nesta semana, o Fed confirmou as expectativas dos analistas do mercado e manteve os juros básicos da economia norte-americana inalterados – no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano.
A decisão interrompe um ciclo de três quedas consecutivas dos juros nos EUA, que começou em setembro do ano passado – o primeiro corte em cinco anos.
Os investidores também repercutiram a confirmação feita pela Casa Branca de que o presidente Donald Trump vai mesmo impor tarifas sobre Canadá, México e China a partir de sábado (1º).
Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, as tarifas serão de 25% para Canadá e México e de 10% sobre a China. “São promessas feitas e promessas cumpridas pelo presidente”, informou Leavitt.
Até o momento, o governo norte-americano não deu maiores detalhes sobre como essas tarifas serão aplicadas. As novas regras devem ser anunciadas oficialmente “em algum momento” deste sábado.
Desde a vitória de Trump nas eleições presidenciais dos EUA, em novembro, os mercados vinham projetando que as tarifas comerciais impostas pelo novo governo na Casa Branca poderiam fazer a inflação subir, levando o Federal Reserve a manter o aperto monetário por mais tempo.
Nos últimos dias, no entanto, havia se consolidado a percepção de que Trump não definiria as novas tarifas tão rapidamente quanto parte do mercado esperava.
Na prática, até agora, Trump havia se limitado a orientar as agências federais a examinarem com lupa os déficits comerciais dos EUA e as práticas comerciais adotadas por outros países, que supostamente prejudicariam os interesses norte-americanos.
No dia 23, Trump já havia feito um pronunciamento no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), no qual reiterou que, em sua avaliação, há forte desequilíbrio na balança comercial dos EUA com vários países com os quais negocia.
Principal indicador do desempenho das ações negociadas na Bolsa de Valores do Brasil (B3), o Ibovespa operava em queda no fim do último pregão de janeiro.
Às 17h, o índice recuava 0,44%, aos 126,3 mil pontos.
No dia anterior, o Ibovespa fechou em forte alta de 2,82%, aos 126,9 mil pontos.
Mesmo com o resultado negativo desta sexta, o indicador acumulava ganhos de 3,65% na semana e de 5,51% em janeiro.
Fonte: Metrópoles
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