A vereadora Nadir Rodrigues defendeu, durante sessão na Câmara Municipal de Patos, o projeto de lei de sua autoria que institui o Programa de Apoio às Mães Atípicas no município. A proposta, que segue agora para a primeira votação, busca oferecer suporte às mães que se dedicam integralmente ao cuidado de filhos com deficiência ou necessidades especiais.
Segundo a vereadora, o projeto é uma resposta à realidade enfrentada por essas mulheres, que muitas vezes sofrem em silêncio diante da sobrecarga física e emocional.
“Ser mãe já é, por si só, exercer um papel excepcional. Mas as mães atípicas exercem esse papel duas vezes, pois cuidam de crianças que exigem atenção especializada, acompanhamento contínuo e muito mais do que os serviços de saúde conseguem oferecer atualmente”, afirmou.
Durante sua fala, Nadir destacou que essas mães não apenas enfrentam os desafios do cuidado, mas também o preconceito e a falta de compreensão da sociedade. “Às vezes, o filho chega a um serviço onde deveria ser acolhido, mas acaba sendo discriminado. E a mãe sofre em dobro por isso. Elas precisam de apoio psicológico, acompanhamento constante e políticas públicas que as amparem”, declarou.
A vereadora reconheceu os esforços do município, mas apontou uma demanda reprimida significativa por atendimentos especializados.
“Temos uma fila grande de espera por consultas com especialistas, como psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos. E essa demanda cresce cada dia mais com os diagnósticos precoces, principalmente de transtornos como o espectro autista. A Organização Mundial da Saúde estima que a cada 100 crianças, uma tem TEA, e Patos não está fora dessa realidade.”
Ela ainda ressaltou a importância da formação de profissionais na cidade e parabenizou o UNIFIP pela oferta dos cursos de Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional. “Isso é um avanço, porque o diagnóstico precoce é essencial para o desenvolvimento adequado da criança.”
O projeto de lei propõe que o programa seja articulado entre as Secretarias de Ação Social, Educação e Saúde, com o objetivo de oferecer suporte emocional, psicológico e prático às mães atípicas. “Essas mães também precisam ser cuidadas. Precisam de acolhimento, de escuta e de suporte contínuo para que consigam seguir firmes na missão de cuidar de seus filhos”, concluiu a vereadora.
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