
A mãe do menino autista de 11 anos, que teria sido morto asfixiado pelo próprio pai, contou que deixou pronto tudo o que o filho precisaria durante o período em que ficaria com o pai e que pediu para que o homem a avisasse caso a criança apresentasse algum sinal de irritação enquanto eles estivessem juntos. A afirmação foi feita em entrevista à TV Cabo Branco, na manhã desta segunda-feira (3), durante o enterro do menino, no Cemitério do Cristo Redentor, em João Pessoa.
“Tudo foi muito combinado. A gente conversou, eu sentei com ele. Um dia antes eu expliquei: ‘cara, o Arthur é assim, ele come assim’, eu passei no mercado, comprei o que ele gostaria de comer. Arrumei a roupinha dele, falei: ‘ele vai viajar com tal roupa, tem o fonezinho abafador, como ele é uma criança autista, pode ser que ele se irrite no caminho, mas me avisa, ele tem horário de ir no banheiro, ele tem as coisinhas dele'...", contou Aline Lorena, mãe da criança.
Davi Piazza Pinto, pai do menino e principal suspeito do crime, viajou de Santa Catarina para a Paraíba e entrou em contato com Aline dizendo que queria ajudar nos cuidados com o filho e levá-lo para passar um tempo com ele em Florianópolis. Davi manteve contato com ela e pediu para se encontrar com o menino, o que aconteceu no bairro de Manaíra, Zona Leste da capital paraibana.
"Deixei tudo certo. Deixei o menino alimentado, dei banho, ainda quis ficar mais um tempo, mas ele [o pai da criança] falou: ‘não, pode ir que eu cuido, eu preciso conviver’. Não passava pela minha cabeça o que ia acontecer. Não tem justificativa. O Arthur foi uma criança incrível, nasceu de 5 meses, 800 gramas. A gente batalhou a vida inteira por ele. O que aconteceu só cabe à Justiça agora", disse Aline.
De acordo com a polícia, Davi Piazza Pinto teria matado o filho dentro do apartamento onde estava hospedado em João Pessoa. O corpo do menino, que foi encontrado na noite do sábado (1º), teria sido levado pelo pai em um carro de transporte por aplicativo até o local onde foi enterrado, uma região de mata no bairro Colinas do Sul. Davi foi preso no domingo (2), em Santa Catarina, após se apresentar à polícia confessando o crime.
Segundo o delegado Bruno Germano, o pai da criança tinha pouco contato com o filho e havia procurado a mãe justamente para tentar restabelecer uma convivência mais próxima.
“O pai esteve aqui [em João Pessoa] na quinta-feira, na sexta ele recebeu a criança para curtir momentos em família. Ele tinha combinado com a mãe de levar a criança para passar um tempo [com ele] em Florianópolis. [A mãe] começou a falar com ele, perguntar sobre o filho, e ele dizendo que estava tudo bem. Não enviava fotos. Quando hoje [domingo], ele, arrependido, ligou para ela, informando que tinha matado a criança, o local onde tinha ocultado o cadáver e se entregou à polícia de Florianópolis”, disse o delegado Bruno Germano.
A causa da morte do menino foi asfixia. A informação foi divulgada pelo Instituto Médico Legal (IML) após a necropsia realizada neste domingo (2).
Segundo o IML, a necropsia apontou que a criança foi morta por asfixia por sufocação. Outros exames, como o toxicológico, também foram feitos, mas os resultados ainda não saíram. O corpo foi liberado para os familiares ainda no domingo.
As investigações apontam que o crime ocorreu logo após o encontro. Segundo a Polícia Militar, depois de matar o filho, Davi levou o corpo até o bairro Colinas do Sul, onde o enterrou em uma área de mata, nas imediações de uma antiga fábrica abandonada. O corpo foi encontrado dentro de um saco plástico preto, parcialmente coberto por terra, em uma cova rasa.
Desde o desaparecimento da criança, equipes da Polícia Militar realizaram buscas na região. A perícia ainda informou à TV Cabo Branco que a criança apresentava uma queimadura no ombro, mas que, segundo os peritos, a marca teria sido causada pela exposição ao sol.
Enquanto isso, em Florianópolis , o suspeito se apresentou espontaneamente em uma delegacia e foi preso. A Polícia Civil da Paraíba segue investigando as circunstâncias do crime.
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