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Saúde Perda de visão

Após seis meses do mutirão oftalmológico em Campina Grande, pacientes relatam ainda passar por problemas: ‘não vejo nada'

Mutirão aconteceu em 15 de maio, com 64 pacientes sendo atendidos, quase metade relataram problemas na visão. Alguns deles explicam que seis meses depois dos procedimentos ainda têm a visão afetada.

19/11/2025 às 06h00
Por: Felipe Vilar Fonte: g1 PB
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Foto: Artur Lira / TV Paraíba
Foto: Artur Lira / TV Paraíba

Seis meses se passaram desde o mutirão oftalmológico realizado no dia 15 de maio, em Campina Grande. Naquele dia, 64 pacientes chegaram ao Hospital de Clínicas e quase metade deles tiveram algum tipo de complicação. Mesmo com esse tempo corrido, alguns desses pacientes ainda carregam consigo as memórias dos problemas oriundos do mutirão e também os problemas nos olhos.

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O procedimento, uma aplicação de injeção utilizada para impedir o avanço de doenças oculares, é considerado eficaz, mas também de alto custo. Por isso, o poder público costuma realizar licitações para concentrar várias cirurgias em um único dia. Por isso, a realização do mutirão.

A contratação para o mutirão em questão foi feita por meio do programa Opera Paraíba. A licitação foi vencida pela Fundação Rubens Dutra Segundo, que repassou a execução para a oftalmologista Naiara Cavalcante Furtado, responsável pelos procedimentos no Hospital de Clínicas. De acordo com o Ministério Público da Paraíba (MPPB), foi a médica quem fez os procedimentos.

Para a TV Paraíba, uma das pacientes daquele dia, Nauta Caetano, de 73 anos, disse que os problemas causados pela aplicação ainda persistem e que isso causa uma série de limitações na rotina dela.

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"Dentro de casa é um sufoco, derramo as coisas, não vejo nada direito. Vejo a pessoa, mas não sei quem é, ela fala comigo, mas conheço pela voz, não vejo direito. Não leio mais", ressaltou.

Segundo Douglas Batista, sobrinho de Nauta, antes dos problemas na visão a tia era ativa e conseguia ser indenpendente, não precisando da ajuda dos parentes diariamente. Depois do mutirão, isso mudou.

"Você vê a vida dela virar de cabeça para baixo como da gente que é família também, a gente não quer passar por isso também. Uma pessoa 100% ativa está dependendo de todo mundo hoje pra tudo", relatou.

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Outra pessoa que passou pelos procedimentos, Errta Riany, professora, diz que um dia depois das aplicações, ela acordou com fortes dores nos olhos, sem enxergar, e que no dia do procedimento não apresentou problemas.

"No dia seguinte acordei com fortes dores, sem enxergar, saindo um líquido, um pus, automaticamente também não consegui abrir o olho direito. Eu andava como uma pessoa cega", contou.

Errta também contou que recebeu um diagnostico de que com o passar do tempo vai perder a visão completamente, devido as sequelas deixadas após a aplicação.

Foto: TV Paraíba

 

Além dos problemas de visão, alguns pacientes relatam também que não houve assistência depois dos procedimentos, de nenhuma parte. É o caso de Marinildo Pereira, de 59 anos, que explicou não ter sido procurado.

"Governo nenhum me procurou para saber como eu estou, se estou precisando de alguma coisa, não passei necessidade porque tem meus filhos. Hoje meus olhos são os dedos, fico tateando (...) meu caso é irreversível, não tem mais jeito", explicou.

Foto: TV Paraíba

 

Mesmo sem a conclusão das investigações, parte dos pacientes já ingressou com ações judiciais contra a Secretaria de Saúde e a Fundação Rubens Dutra Segundo.

O que dizem os envolvidos no mutirão

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde da Paraíba (SES) informou que os pacientes seguem em acompanhamento, com avaliações periódicas e boa evolução no tratamento.

A Fundação Rubens Dutra Segundo declarou que está à disposição das autoridades e que exames contratados por conta própria apontam que as infecções foram provocadas por bactérias hospitalares. A equipe jurídica da médica responsável pelos procedimentos não quis se manifestar. O Conselho Regional de Medicina afirma que acompanha a situação.

Em nota, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia destacou que mutirões são medidas excepcionais e devem ocorrer apenas quando houver justificativa técnica e incapacidade da rede regular de atender a demanda. A entidade reforçou que infecções pós-operatórias geralmente decorrem de falhas nos protocolos de esterilização, controle ambiental ou supervisão técnica.

O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil. O delegado Renato Leite aguarda o resultado de laudos para concluir o inquérito e informou que só irá se pronunciar quando todas as análises estiverem finalizadas. O Ministério Público da Paraíba também acompanha o caso.

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