O Brasil tem 84,4 milhões de trabalhadores ocupados e, destes, cerca de 19 milhões (22,5%) estavam afastados do trabalho em maio, durante a pandemia de coronavírus.
Dentre esses brasileiros distantes do próprio serviço, 9,7 milhões ficaram sem sua remuneração em maio de 2020. Significa dizer que 11,5% da população ocupada não recebeu o próprio salário no mês passado.PUBLICIDADE
Os números foram constatados pela pesquisa Pnad Covid-19 no mês de maio, divulgada nesta quarta-feira (24) pelo IBGE.
O Nordeste apresentou o maior percentual (26,6%) de pessoas afastadas do trabalho devido ao distanciamento social, enquanto a região Sul foi a menos afetada (10,4%).
Cerca de 16,8% dos trabalhadores do Nordeste e 15% do Norte estavam sem remuneração. No Nordeste, 26,6% dos trabalhadores (ou 5 milhões de pessoas) estavam afastados do trabalho pela pandemia, a maior proporção entre as cinco regiões.
Entre as categorias de ocupação investigadas pela Pnad Covid-19, os maiores percentuais de pessoas afastadas devido à pandemia estavam entre os trabalhadores domésticos sem carteira (33,6%), os empregados do setor público sem carteira (29,8%) e os empregados do setor privado sem carteira (22,9%).
Em relação aos grupamentos de atividade, o da agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura registrou o menor percentual de pessoas afastadas (6,8%), enquanto outros serviços (37,8%), serviço doméstico (28,9%) e alojamento e alimentação (28,5%) tiveram maior proporção de pessoas afastadas do trabalho.
O levantamento constatou também que 27,9% da população ocupada (ou 18,3 milhões de pessoas) trabalharam menos do que a sua jornada habitual, enquanto cerca de 2,4 milhões de pessoas trabalharam acima da média habitual.
A média semanal de horas efetivamente trabalhadas (27,4h) no país ficou abaixo da média habitual (39,6h).
Efeito similar foi observado no rendimento efetivo dos trabalhadores (R$ 1.899), que ficou 18,1% abaixo do rendimento habitual (R$ 2.320).
Em maio, a Pnad Covid-19 estimou que o país tinha 160,9 milhões de pessoas com 14 anos ou mais, a chamada população em idade de trabalhar. A população na força de trabalho eram 94,5 milhões, dos quais 84,4 milhões eram ocupados e 10,1 milhões desocupados. A população fora da força de trabalho somava 75,4 milhões de pessoas.
As mulheres eram maioria na população residente (51,1%) e na população em idade de trabalhar (51,6%), mas não na força de trabalho (43,5%). Entre os ocupados, as mulheres representavam 42,8% e, entre os desocupados, 49,5%.
O total de desocupados ficou em 10,1 milhões de pessoas e a taxa de desocupação chegou a 10,7%. As taxas das regiões foram: Centro-Oeste (11,4%) Nordeste (11,2%), Norte (11,0%), Sudeste (10,9%) e Sul (8,9%). A taxa de desocupação entre as mulheres (12,2%) foi maior que a dos homens (9,6%).
Entre os 19 milhões de trabalhadores do país que estavam afastados do trabalho na semana de referência, aproximadamente 9,7 milhões de pessoas estavam sem a remuneração do trabalho.
Este total representava 51,3% das pessoas afastadas do trabalho que tinham e correspondia a 11,5% do total de ocupados.
Nordeste e Norte mostraram os maiores percentuais de pessoas afastadas do trabalho e sem remuneração: 55,3% e 53,2% das pessoas afastadas e 16,8% e 15% da população ocupada na região, respectivamente.
Cerca de 77,5% do total de ocupados (ou 65,4 milhões) não estavam afastados do trabalho. Entre os não afastados, 8,7 milhões trabalhavam de forma remota (home office), o equivalente a 13,3% da população ocupada que não estava afastada.
O percentual de mulheres trabalhando remotamente (17,9%) superou o dos homens (10,3%). Entre as pessoas com nível superior completo ou pós-graduação, 38,3% estavam trabalhando remotamente. Os percentuais foram muito baixos entre os sem instrução ou com fundamental incompleto (0,6%), bem como para o nível fundamental completo e médio incompleto (1,7%). Para aqueles com médio completo e superior incompleto o percentual ficou em 7,9%.
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