O primeiro grande estudo da vacina Pfizer/ BioNTech a ser analisado de forma independente no "mundo real" mostra que o imunizante é altamente eficaz na prevenção da Covid-19.
A pesquisa em Israel - que já imunizou quase 50% da população, fornecendo uma rica fonte de dados - mostrou a injeção da Pfizer reduzindo os casos sintomáticos de Covid-19 em 94% em todas as faixas etárias, uma semana após a aplicação da segunda dose.
No mesmo prazo, o imunizante também diminuiu em 92% o risco de se desenvolver um caso grave da doença e em 87% as hospitalizações.
O estudo pode ser acessado aqui.
Até agora, a maioria dos dados sobre a eficácia das vacinas contra a Covid-19 são oriundos de ensaios clínicos em condições controladas, deixando incertezas sobre como os resultados se traduziriam no mundo real com outras variáveis imprevisíveis.
O estudo com cerca de 1,2 milhão de pessoas também mostrou que uma única injeção foi 57% eficaz na proteção contra infecções sintomáticas após duas semanas, de acordo com dados publicados e revisados por pares no New England Journal of Medicine na quarta-feira (24).
Os resultados do estudo para o Clalit Research Institute foram próximos aos dos ensaios clínicos no ano passado, que indicaram eficácia de 95% para duas doses da vacina.
“Ficamos surpresos porque esperávamos que no cenário do mundo real, onde a cadeia de frio não é mantida perfeitamente e a população é mais velha e mais doente, você não obteria resultados tão bons quanto nos ensaios clínicos controlados”, disse Ran Balicer, autor do estudo, à Reuters. “Mas nós fizemos e a vacina funcionou bem no mundo real.”
“Demonstramos que a vacina é tão eficaz em subgrupos muito diferentes, em jovens e idosos, sem comorbidades e com poucas comorbidades”, acrescentou.
O estudo também sugere que a vacina, desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer e pela BioNTech da Alemanha, é eficaz contra a variante do coronavírus identificada pela primeira vez no Reino Unido. Os pesquisadores disseram que não podiam fornecer um nível específico de eficácia, mas a variante era a versão dominante do vírus em Israel na época do estudo.
A pesquisa, porém, não lançou luz sobre como como a vacina da Pfizer se sairá contra outras variantes, como a agora dominante na África do Sul, que mostrou reduzir a eficácia de outras vacinas.
Por Maayan Lubell e Ari Rabinovitch, da Reuters
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