A entrada do ex-presidente Lula no cenário político das eleições gerais de 2022, trouxe uma nova configuração ao tabuleiro dos partidos que se preparam para disputar o pleito, entre elas a de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), passa a ter um adversário competitivo para a disputa.
Considerando o cenário anterior com os nomes de Bolsonaro, do petista Fernando Haddad, do ex-ministro Sérgio Moro, além de Ciro Gomes, João Dória, Luciano Hulk, João Amoêdo e Marina Silva, parece que nenhum deles tinha até então, despertado a atenção do eleitorado brasileiro para se tornar um candidato de grande musculatura em 2022, o que fez o presidente agir nem nenhum medo da concorrência.
Antes da anulação das condenações de Lula por parte do ministro Edson Fachin, e voltar a ele, Bolsonaro parecia parecia ter o entendimento de que nenhum dos pré-candidatos era articulado o bastante para enfrentá-lo, sobretudo pela falta de força política no Sudeste, Nordeste e na região Sul, regiões que se concentram a esmagadora maioria do eleitorado brasileiro.
Embora ainda não seja uma coisa definitiva, a volta de Lula traz a polarização de forças, e gera a necessidade de uma melhor comunicação do presidente com a população brasileira em suas posições políticas e administrativas, que muitas vezes tem lhe custado a repercussão negativa de sua imagem, fato que a longo prazo pode comprometer a sua reeleição.
Diante disso, Bolsonaro e a sua base política são sabedores de que o efeito das medidas administrativas, para que estas representem maior resolutividade dos problemas atuais do povo, são fatores que se tornarão desafio para o governo, que entende que uma relação desgastada do presidente irá favorecer uma eventual candidatura de Lula, caso até lá, o ex-presidente não volte a ser condenado em 2ª Instância, e perca novamente os seus direitos políticos.
No momento atual, podemos dizer que o presidente entrou de forma desnecessária em diversos conflitos, a exemplo da relação com os meios de comunicação, a forma de tratar a necessidade de vacinar a população e a má condução de um plano estratégico para o enfrentamento da crise econômica e de saúde que atravessa o país, que estão lhe custando uma mudança de conceito até em parte do eleitorado que sufragou seu nome em 2018.
Porém, a verdade é que num país continente que poderá superar 150 milhões de eleitores no próximo ano, a articulação dos partidos e a humildade para abrir mão de determinadas vaidades políticas, como tratar "o meu projeto como sempre o melhor" será o ponto fundamental para determinar qual o real tamanho das candidaturas e se a entrada de Lula no cenário terá o sucesso esperado por seus aliados, ou se Bolsonaro mudará o tom agora e irá neutralizar um eventual crescimento das oposições.
Por Genival Junior - Patosonline.com
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