O cantor folk afegão Fawad Andarabi foi arrastado de sua casa e morto pelo Talibã em uma província montanhosa ao norte de Cabul na sexta-feira (27), disse um jornalista local à CNN, levantando temores de um retorno ao rígido governo do grupo islâmico de 20 anos atrás – incluindo uma repressão à música.
Jawad, filho de Andarabi, disse à agência Associated Press que o cantor foi “baleado na cabeça” na fazenda da família no Vale do Andarab, no norte da província de Baghlan.
“Ele era inocente, um cantor que apenas divertia as pessoas”, afirmou Jawad à AP, primeira a relatar a morte de Andarabi.
A CNN não confirmou de forma independente as circunstâncias em torno do assassinato do cantor, mas o ex-ministro do Interior do Afeganistão, Massoud Andarabi, que também é do distrito que deu nome à família, falou publicamente sobre o caso.
“A brutalidade do Talibã continua em Andarab. Hoje eles mataram brutalmente o cantor folk Fawad Andarabi que simplesmente estava trazendo alegria para este vale e seu povo enquanto cantava (…) não nos submeteremos à brutalidade do Talibã”, tuitou, no sábado (28).
O assassinato levantou preocupações sobre um retorno à forma dura de governo que o Talibã impôs quando estava no controle do Afeganistão, de 1996 a 2001. Durante esse tempo, o grupo proibiu a maioria das formas de música não islâmicas.
Em entrevista ao New York Times na semana passada, o porta-voz do Talibã, Zabiullah Mujahid, disse que “a música é proibida no Islã”, quando questionado se seria novamente proibida em público no Afeganistão. Ele acrescentou que o grupo espera poder “persuadir as pessoas a não fazerem tais coisas, em vez de pressioná-las”.
CNN Brasil
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