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Política Politica

Presidenciáveis gastam mais de R$ 7 milhões com impulsionamento de conteúdo nas redes sociais

Com R$ 2,7 milhões, Simone Tebet (MDB) foi quem mais investiu, segundo dados do TSE; três candidatos não gastaram com anúncios

22/09/2022 às 11h00
Por: PATOS ONLINE Fonte: Fonte: Sarah Teófilo e Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
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Os candidatos à Presidência da República gastaram até o momento mais de R$ 7 milhões com impulsionamento de conteúdo político em plataformas de busca e redes sociais, como Facebook e Google, de acordo com as prestações de contas parciais entregues ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última semana. Impulsionamento é uma espécie de anúncio, uma maneira de fazer determinado conteúdo aparecer mais nessas plataformas.

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Levantamento feito pelo R7, com base dados registrados no TSE, mostra que a senadora Simone Tebet (MDB) foi a que mais gastou até o momento com impulsionamento — R$ 2,7 milhões. Na sequência, vêm o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com R$ 2,3 milhões, e Ciro Gomes (PDT), com R$ 1,2 milhão.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), com R$ 538 mil investidos em impulsionamento, e a senadora Soraya Thronicke (União Brasil), com R$ 510 mil, vêm a seguir. Felipe d’Ávila (Novo) gastou R$ 41 mil com impulsionamento de conteúdo, Vera Lúcia (PSTU), R$ 20 mil, e Constituinte Eymael (Democracia Cristã), R$ 3 mil.

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Os candidatos Leonardo Péricles (Unidade Popular), padre Kelmon (PTB) e Sofia Manzano (PCB) informaram que, até o momento, não gastaram nenhum valor para impulsionamento de conteúdo nas redes sociais.

Para o professor de marketing político do Instituto Brasiliense de Direito Político (IDP) e da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Marcelo Vitorino, nas candidaturas majoritárias, que é o caso da Presidência da República, o gasto com rede social deve ficar entre 5% e 10% do teto da eleição. Além disso, as campanhas precisam entender a forma e a reação dos usuários em cada plataforma.

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“É difícil fazer uma análise de forma geral, porque cada candidato tem uma condição diferente. Por exemplo, um candidato que tem menos tempo de televisão, a necessidade de se investir na internet é maior para fazer uma certa compensação. Mas no sentido de divulgar ações, os candidatos têm, sim, gastado pouco”, afirma Vitorino.

O professor ressalta que “o eleitor não está da mesma forma em todas as plataformas”. “Então acaba que tem que investir como se tivesse quatro tipos de comunicação: uma pessoa que pesquisa no Google, outra que viu vídeo de música no Youtube, outra para quem está no Instagram, sendo de alto poder aquisitivo, e outra no Facebook, rede de baixo poder aquisitivo”, completa.

O que diz a lei?

O impulsionamento de conteúdo nas redes sociais é tratado na resolução 23.610, de 2018, do Tribunal Superior Eleitoral. O artigo 29 diz que a prática é permitida apenas para partidos, candidatos e coligações, vedado, portanto, o uso desse mecanismo pelo eleitor.

“É vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga na internet, excetuado o impulsionamento de conteúdo, desde que identificado de forma inequívoca como tal e contratado exclusivamente por partidos políticos, federações, coligações, candidatas, candidatos e representantes”, diz a norma.

A resolução prevê que o impulsionamento deverá ser contratado diretamente com plataformas que tenham sede no país. O representante do candidato se restringe à pessoa do administrador financeiro da respectiva campanha e todo impulsionamento deverá conter, de forma clara e legível, o número de inscrição do CNPJ ou CPF da pessoa responsável, além da expressão “propaganda eleitoral”.

O professor de marketing adverte que o impulsionamento tende a ficar mais caro na medida em que o primeiro e o segundo turnos da eleição se aproximam. “Quanto mais usuários comprarem o impulsionamento, mais caro vai ficar para anunciar. E é o que acontece nas últimas duas semanas da campanha, o preço aumenta muito devido ao número de pessoas que estão usando esse mecanismo”, diz.

Dados publicados na última sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informam que o acesso dos lares brasileiros à internet cresceu seis pontos percentuais em dois anos e passou a fazer parte da rotina de 90% das famílias em 2021.

O telefone celular foi o equipamento mais utilizado para acessar a internet em domicílio, segundo o estudo, bem próximo de alcançar a totalidade dos lares com acesso à rede (99,5%).

Entre os 7,3 milhões de lares em que não havia utilização da internet, as principais motivações citadas são a falta de interesse (29,3%), o elevado preço do serviço (28,8%) e a falta de conhecimento sobre como usar a internet (27,1%).

“Atualmente a maior parte da população brasileira tem acesso à rede social. Pode ter, sim, dificuldade de acesso à internet, mas o pouco que tem, não deixa de usar a rede social. E isso somado ao contexto de diminuição do tempo de propaganda, que saiu de três meses para 45 dias. Então as plataformas têm um peso importante, sim”, afirma o advogado Gabriel Villarim, membro da Comissão de Direito Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF).

Para o especialista, as plataformas tornam o pleito mais democrático. “As redes sociais deixam de certa forma a eleição mais justa e democrática, ao passo que todos podem fazer impulsionamento e atingir milhares de pessoas, diferentemente da campanha tradicional, de corpo a corpo. O candidato consegue, por exemplo, dialogar com várias camadas num curto período de tempo, o que não acontece na distribuição de santinhos, por exemplo”, argumenta.

Fonte: Sarah Teófilo e Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

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