
Hoje iremos contar a história de Luís Ramalho de Souza, cidadão catingueirense e figura conhecida da cidade, que na última quinta-feira (15) completou 105 anos de vida.
Tudo se deu início quando seu bisavô Esmeraldo, natural de Jardim de Piranhas – RN, tropeiro de cargas de animais, que costumava transitar por cidades como João Pessoa, Campina Grande, Patos e cidades do Vale do Piancó, em uma de suas viagens, juntamente com seu filho, Gardino de Sá Leão, conheceu a região do Distrito de Jucá, atual catingueira.
Gardino, posteriormente, teve seu filho Firmino José Ramalho (1877) que seguiu o ofício exercido por seus ascendentes e optou por fixar residência no distrito, pois havia se afeiçoado pela população local que futuramente seriam as responsáveis pela fundação da cidade, mais precisamente no Sitio Pitombeira. Casou-se com Maria Honória do Espirito Santo com quem teve 5 filhos: João Ramalho (1913), Sebastião Ramalho (1915), José Ramalho (1917), Luís Ramalho (15.02.1919), protagonista da nossa história, e Maria Ramalho (1921).

Em 1922, sua família optou por se mudar do Sitio Pitombeira para a região em frente da Igreja Matriz, na cidade, local que costumava sediar uma feira sob latada de folhas de oiticica, próximo à fábrica de descaroçar algodões de José Pires.
Na época Pedro Coqueiro, famoso cantor de modinhas da região, realizava apresentações em festividades tradicionais da cidade que durante a noite se fazia iluminada por luzes de carbureto. Luís Ramalho, conta se lembrar de ter visto uma onça pendurada na latada da feira, onça esta que teria sido umas das inspirações para nomear a chamada “Pedra da Onça”, a qual Luís se recorda do rolamento da mesma de cima da Serra da Catingueira.

Na década de 40, sua família optou por se mudar para o Sitio Boa Esperança, de propriedade do Senhor Plácido Lopes de Abreu “Dedé Lopes” e da Dona Josafap Pires, próximo ao açude do espinho e do riacho da pendência onde era comum coletar rochas que posteriormente seriam usadas como peça de amolar ferramentas cortantes, como facas e machados e foices.
Luís dedicou-se então à plantação de milho, arroz, feijão, algodão e fumo, os dois últimos que posteriormente eram vendidos em feiras.
Seu irmão João Ramalho, que não se afeiçoava pela agricultura, resolveu trabalhar no comércio que seu tio João Ermelino possuía na cidade, e pouco tempo depois abriria o seu comércio e viria a se tornar um conhecido comerciante da região. Por muitas vezes Luís ia aos domingos trabalhar no comércio para poder ajudar seu irmão. Na década de 70 João Ramalho vendeu seu comércio para Honório Luiz após ter perdido a visão.

Luiz conta que por diversas vezes teve que atravessar o rio catingueira a nado durante a noite durante o trajeto, mas isso não o abalava pois sabia que era necessário.
Em uma de suas empreitadas noturnas seu irmão João pediu que Luís levasse um presente que estava embalado com diversos barbantes. Em determinada parte do trajeto havia diversas carnaúbas que diziam ser lar para cascavéis. Durante o percurso Luís ouviu barulhos de cascavéis então fugiu, correu muito, tanto que o presente acabou ficando para trás, até que parou de ouvi-las, pensou então que o caminho já estava seguro novamente e poderia seguir em paz. Escabreado com a situação, na luz do dia seguinte, voltou para buscar o presente que havia ficado para trás e viu que nada não passou de uma confusão pois não eram cascavéis que estavam o rondando, mas sim foram folhas de carnaúba que se prenderam em pedaços de barbante que com o balanço do vento e da correria fizeram sons semelhantes aos das cascavéis.
Dos anos 1942 a 1946, em busca de ouro, se dedicou a trabalhar no Garimpo de São Vicente, hoje chamado “Itajubatiba” de nome popular “mina do ouro”, porém não obteve êxito.

Costumava dizer que apenas se casaria quando já estivesse com idade avançada porque gostaria que quando alcançasse a velhice ainda tivesse filhos vivendo com ele, e obteve êxito nesse sentido.
Em 1963, aos 44 anos, casou-se com Maria do Carmo Rodrigues Ramalho, filha de Pedro Gomes e Maria Avelina, com quem tem 10 filhos (João Luís, Luciano Firmino, Jurandir, Firmino José, Maria Honória, Jacimone, Reginaldo, Francinaldo, Maria José, e Ana Leda), 2 deles já falecidos (Francinaldo e Maria José), 12 netos (Luiz Aurélio, Ana, Auria Naara, Carmem Célia, José Tadeu, Amanda, André Luís, Fernanda, Melissa, Jade, Hortência e Olímpia) e 4 bisnetos.
Seus pais faleceram em 1966, com poucos meses de diferença.
Seus filhos mais velhos João Luís, Luciano e Jurandir nasceram no Sitio Boa Esperança, mas em 1967 a família se mudou para o Sitio Cajazeira, próximo aos sítios de Severino Acioli e de Manuel Oliveira, onde os demais filhos nasceram.
Mesmo trabalhando muito Luís sempre gostou de tirar um tempo para poder se divertir nas festas cantando emboladas tradicionais da região e contar estórias nas dibuias de feijão.
Assim, Luís até seus 100 anos se dedicou com muito afinco e alegria a seu sítio. Hoje, aos 105 anos, segue sendo um amado marido, pai, avô, bisavô, e amigo, vivendo desde a infância na cidade de Catingueira, nunca tendo se mudado da região, se tornado uma figura conhecida da cidade.

A família agradece ao Portal Catingueira pelo carinho e espaço cedido para contar a história de nosso patriarca, assim como também manda felicidades às demais famílias que foram citadas.
Fonte: Portal Catingueira
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