Durante a Sessão Ordinária do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PB) desta segunda-feira (21), uma declaração do Procurador Regional Eleitoral, Renan Paes Félix, sobre a crescente relação entre facções criminosas e atividades políticas, especialmente nas Eleições de 2024, chamou a atenção daqueles que acompanhavam as atividades da Corte.
O comentário do procurador ocorreu durante o julgamento do habeas corpus criminal do vereador Dinho Dowsley, presidente da Câmara Municipal de João Pessoa, que está sendo investigado em uma operação da Polícia Federal por suposta influência de um grupo criminoso no pleito do município.
O Procurador expressou sua preocupação com essa crescente relação e afirmou que isso não pode ser normalizado, ressaltando que, nas próximas eleições, a justiça poderá estar lidando com "homicídios políticos", o que representaria uma grave ameaça ao livre exercício da atividade política.
Renan Paes citou como exemplo o assassinato do prefeito de João Dias-RN, Marcelo Oliveira, e a situação no Rio de Janeiro, destacando que as facções criminosas possuem um "tribunal próprio" e não respeitam o Estado Democrático de Direito.
"A gente sabe que facções criminosas não atuam dentro da legalidade. Já tivemos, aqui no Rio Grande do Norte, um prefeito de uma cidade na divisa com a Paraíba que foi assassinado. No Rio de Janeiro, essa situação já está um pouco mais alastrada, e, se normalizarmos essa simbiose entre facções criminosas e a atividade política, nas próximas eleições, daqui 4, 8 anos, estaremos lidando com homicídios políticos. As facções criminosas têm um tribunal próprio, decretam ordens, e não respeitam o Estado Democrático de Direito. [...] Estamos diante de uma ameaça que, caso se consolide, pode gerar riscos ao livre exercício da atividade política, e é algo que precisa ser combatido com rigor", afirmou.
Veja abaixo a fala do Procurador:
Por Felipe Vilar - Patos Online
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