Em entrevista coletiva realizada no Estádio Presidente Vargas, em Campina Grande, na tarde desta quarta-feira, o presidente do Treze, Artur Bolinha desistiu da renúncia ao cargo de presidente do clube. Ou pelo menos adiou a renúncia. Em acordo com o Conselho Deliberativo (CD), o dirigente condicionou a sua permanência a uma antecipação das eleições. O processo eleitoral do Galo aconteceria em maio de 2026, mas Bolinha não pretende ficar até lá. A sua ideia é ficar no cargo apenas até o Conselho Deliberativo organizar as novas eleições, para que aí ele seja substituído no cargo ainda neste ano.
Nesta segunda-feira, Artur Bolinha surpreendeu muitos publicando uma carta de renúncia em que comunicava publicamente que estava se desligando do cargo de presidente do Treze.
Nesta terça-feira, um dia depois, o presidente do Conselho Deliberativo, Anatólio Chaves, revelou que o CD não havia recebido a carta e, portanto, o presidente seguia sendo Artur Bolinha. Ele ainda defendeu que o órgão de poder do clube não poderia buscar a convocação de novas eleições nem Anatólio poderia assumir o comando do Treze até o recebimento da carta. O que não aconteceu e nem deve acontecer nos próximos dias.
Bolinha e o Conselho Deliberativo costuraram um acordo e, por ora, o presidente vai seguir no cargo. A condição imposta pelo mandatário do Treze é que haja uma antecipação das eleições, marcadas para maio do ano que vem. Bolinha não quer ficar no cargo até esta data e o CD prometeu antecipar o pleito.
Na coletiva, que contou com as presenças de Anatólio Chaves, Artur Bolinha e do ex-presidente, Marcelo Nóbrega, Bolinha aproveitou para explicar a principal motivação para querer sair antecipadamente do cargo e ainda falou de vários assuntos.
— Em tanto tempo no Treze, desde quando vou ao estádio, eu não vi um presidente ser tão achincalhado como eu. Todo bom senso que se tinha deixou de existir esse ano. E a coisa saiu do futebol e foi para questões pessoais. Eu não estou feliz. Eu queria viver até o momento do fim do mandato. Queria entregar o cargo ao presidente novo com SAF já constituída. E estamos perto disso. Foram três anos trabalhando também neste sentido. Ser execrado publicamente dói. Somos seres humanos. Tudo começou contra o Sergipe que um cara xingou a minha mães. É difícil ver seu filho ouvir coisas sobre seu pai — comentou.
Agora, o Conselho Deliberativo deve convocar uma Assembleia Geral para que se delibere sobre a antecipação de eleições. Depois disso, caso aprovada a proposta, definem a data do pleito e começam os prazos para inscrição de chapas.
Narrativas criadas
Duas coisas que criaram aí e eu nunca disse. Nunca falei que a culpa é da torcida. Eu sempre disse que a responsabilidade de um clube funcionar é de sua torcida, seus diretores, que também são torcedores. Eu nunca disse que a torcida do Treze era culpada de nada. Nunca disse que o centenário tem que gastar mais. Ninguém ia fazer loucura porque é centenário. É preciso ter responsabilidade. E diria que até fizemos algo a mais, justamente por ser centenário. Esse elenco é mais caro do que o ano passado e o do ano anterior. Mas futebol sempre vai ser uma aposta.
Derrota para o Central de Caruaru
Sábado foi uma atuação desastrosa, diferente de outro jogos que perdemos, mas criamos bem. Contra o Central eu agradeci o resultado diante do que poderia ser. Isso pode ser criticado, mas respeitando as pessoas. Com sete minutos de jogo tinha jogador sendo vaiado. Isso tira confiança do atleta. Temos compromisso para honrar a curto prazo e não estamos devendo a ninguém.
Legado
Melhoramos toda a estrutura do Treze, Fizemos a recuperação judicial. Melhoramos departamento médico, fisiologia. Não tinha material para treinar quando eu cheguei. O campol Presidente Vargas estava em uma condição muito ruim. Estava entregue. Melhoramos a loja do clube. A torcida nunca conseguiu cobrir as despesas do clube. Nunca gerou uma receita suficiente para pagar as despesas. A média do ano passado não chegava a três mil pessoas e melhorou apenas no mata-mata. Como é que fazemos milagre? A dívida do Treze gira em torno de R$ 37 milhões e se não fosse nossa recuperação judicial e a nossa gestão poderia estar em R$ 50 milhões. É um clube inviável.
Fonte: ge PB
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