Está marcada para esta segunda‑feira, 7 de julho, a audiência de instrução e julgamento do processo que apura a morte da farmacêutica Arlanza Jéssica dos Santos Ramalho, 34 anos, assassinada a facadas dentro do próprio apartamento em Patos (PB) em 22 de fevereiro deste ano. O caso tramita como feminicídio e, por decisão do Judiciário, o ato será realizado por videoconferência, com acesso limitado às partes, ao Ministério Público e ao advogado de defesa e de acusação.
O acusado — ex‑companheiro da vítima — foi capturado pela Polícia Militar poucas horas após o crime, quando tentava deixar Patos rumo a João Pessoa dirigindo o veículo da própria Arlanza. Ele continua recolhido preventivamente e será interrogado na sessão desta segunda. Ao final da audiência, o juiz definirá se há elementos suficientes para pronunciá‑lo e enviar o caso a julgamento pelo Tribunal do Júri.
A família de Arlanza é representada pelo advogado Neto Gouveia, contratado como assistente de acusação. Conhecido pela atuação contundente em sessões de júri, Gouveia ganhou projeção no caso “Kelton Marques”, em 2023, quando compôs a banca que sustentou a acusação contra Ruan Macário pelo atropelamento que abalou João Pessoa em 2021.
No inquérito sobre Arlanza, Gouveia tem adotado estratégia que mescla precisão técnica e apelo emocional.
Se, ao término da instrução, o magistrado entender haver prova da materialidade e indícios suficientes de autoria, o réu será pronunciado. Nessa hipótese, o processo avançará à fase de julgamento pelo Conselho de Sentença, cuja data ainda seria marcada.
Arlanza foi encontrada morta com golpes de tesoura nas primeiras horas do último sábado (22). O acusado do crime é seu, até então, companheiro, Lúcio Ramay Oliveira Freitas, de 44 anos, identificado como sargento reformado do Exército. Ele foi preso em flagrante na cidade de Santa Luzia, enquanto tentava fugir.
À polícia, Lúcio alegou ter presenciado a namorada sendo agredida por supostos sequestradores e, após isso, fugiu. A versão, no entanto, foi considerada inverossímil e aumentou as suspeitas contra ele.
O delegado Claudionor, da Delegacia de Homicídios e Entorpecentes (DHE), afirmou que, segundo amigas da vítima, o casal estava junto há poucos meses, mantendo contato por mensagens no WhatsApp. Na sexta-feira (21), Lúcio chegou a Patos e saiu com Jéssica para um espetinho próximo à antiga Campal. Por volta das 21h, retornaram ao apartamento, onde o crime ocorreu.
Conforme o delegado, a gravação das imagens de segurança do prédio mostraram que no dia do crime, apenas o suspeito e a vítima entraram no apartamento onde o corpo foi encontrado. Os proprietários do imóvel informaram que Lúcio nunca havia visitado o apartamento antes.
O investigado era vinculado ao 31º Batalhão de Infantaria Motorizado de Campina Grande.
Por Patos Online
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