Durante participação no Podcast Patos Online, o cirurgião oncológico Dr. Anderson Neves fez um importante alerta sobre os riscos dos alimentos industrializados e ultraprocessados para a saúde do intestino, especialmente na relação com o desenvolvimento de doenças crônicas, como o câncer. Segundo o médico, hábitos alimentares modernos, pautados na praticidade e no baixo custo, estão diretamente ligados ao aumento de enfermidades como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e diversos tipos de câncer, incluindo o de intestino.
“A gente precisa evitar o terrorismo alimentar, mas existe uma máxima na nutrição oncológica: o ideal é descascar mais e desembalar menos”, afirmou o especialista. Para ele, os verdadeiros vilões não são os alimentos em si, mas os "produtos alimentícios" — termo que ele utiliza para se referir a itens industrializados com alto grau de processamento e com baixo valor nutricional.
Entre os exemplos citados pelo médico estão alimentos como salsicha, presunto, mortadela, biscoitos recheados e refrigerantes. “Salsicha não é um alimento, é um produto alimentício. É feito com rejeitos das carnes, conservantes, aromatizantes e vários compostos químicos. É barato, é palatável, mas não é comida de verdade”, pontuou.
Dr. Anderson explicou que esses produtos são recheados de substâncias químicas que agem como agentes inflamatórios no organismo. “Alto índice de açúcar, conservantes em excesso, corantes artificiais e outros aditivos são fatores que contribuem diretamente para o surgimento de doenças crônicas”, disse.
O médico também destacou que a vida urbana moderna contribui para esse cenário, dificultando o acesso a uma alimentação saudável. “As pessoas não têm mais tempo para preparar suas refeições. Almoçar em casa, fazer um café da manhã tranquilo virou um luxo. O resultado é que se recorre a um pastel na esquina, um iogurte industrializado, um embutido qualquer. E isso está mudando não só o perfil da alimentação, mas também o padrão das doenças que estamos vendo hoje.”
A recomendação do especialista é buscar uma alimentação baseada em alimentos naturais e minimamente processados sempre que possível. “A prevenção começa no prato. A gente precisa resgatar o hábito de comer comida de verdade, com ingredientes simples, naturais, que nutrem e não adoecem”, finalizou.
A fala do médico reforça a importância da conscientização sobre os hábitos alimentares, especialmente em tempos em que o câncer de intestino tem apresentado crescimento entre adultos jovens, segundo dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
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Por Felipe Vilar - Patos Online
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