A Polícia Civil da Paraíba, por meio da Delegacia de Homicídios e Entorpecentes de Patos (DHE), com apoio da Delegacia de Roubos e Furtos, deflagrou nesta sexta-feira (18) a segunda fase da Operação Cacimba Nova, que investiga uma organização criminosa responsável por cultivar, em larga escala, uma plantação de maconha na zona rural do município de Malta, Sertão da Paraíba.
Nesta nova etapa da operação, cinco pessoas foram presas, entre elas o ex-prefeito de Vista Serrana, Sérgio Garcia da Nóbrega, apontado pela polícia como chefe do esquema criminoso. Ele já havia sido detido na primeira fase da operação, em março deste ano, mas teve sua prisão revogada por decisão judicial.
As investigações da Polícia Civil, que vêm sendo aprofundadas desde outubro de 2024, quando o roçado com mais de 60 mil pés de maconha foi descoberto e destruído, revelaram que o grupo investiu cerca de R$ 800 mil na estrutura da propriedade rural, incluindo a compra da fazenda, aquisição de insumos agrícolas, mão de obra, sistema de irrigação e logística para o cultivo da droga.
Durante a operação desta sexta-feira, também foi apreendido um veículo tipo pick-up, utilizado na logística da organização criminosa.
Segundo o delegado Dr. Diego Passos, responsável pelas investigações, a fazenda onde a droga era cultivada foi inteiramente adaptada para o tráfico:
“Nessa fase, foram presas cinco pessoas ligadas a uma organização criminosa que atuava na cidade de Vista Serrana e Malta, ligadas ao cultivo de droga em larga escala. A maconha era plantada com toda uma logística, incluindo compra de fertilizantes, placas solares, sistema de irrigação e mão de obra especializada no plantio, com pessoas ligadas ao polígono da maconha”, explicou o delegado.
O Patos Online entrou em contato com a defesa do ex-prefeito Sérgio Garcia, que informou que irá se pronunciar após tomar conhecimento da nova decisão judicial.
De acordo com Polícia Civil, o Ministério Público da Paraíba apresentou denúncia formal contra sete pessoas, incluindo o ex-prefeito, por envolvimento direto nas atividades da organização. Além do tráfico de drogas, os investigados são suspeitos de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos.
Segundo o delegado responsável pelo caso, os denunciados atuavam em funções distintas dentro do esquema: financiamento, cultivo e transporte da droga, configurando uma organização criminosa estruturada e com divisão de tarefas.
Na primeira fase da operação, deflagrada em março de 2025, sete pessoas foram presas, incluindo o ex-prefeito. No entanto, em 2 de abril de 2025, a Justiça revogou as prisões preventivas alegando falta de urgência na decisão do juiz plantonista, além de destacar que os investigados colaboraram com as investigações.
A decisão, assinada pelo Juízo da 5ª Vara Regional das Garantias do Sertão, resultou na liberação de Sérgio Garcia e outros 10 investigados. Mesmo após a soltura, a Polícia Civil manteve o trabalho investigativo e angariou novas provas que sustentaram a segunda fase da operação.
As investigações indicam que a plantação teria capacidade de gerar um lucro estimado em R$ 13 milhões, reforçando o alto grau de estruturação da organização. Além do plantio, a polícia apura o uso de dinheiro público no financiamento da atividade ilícita, o que agrava ainda mais a gravidade do caso.
A primeira fase da operação teve mandados cumpridos nas cidades de Vista Serrana, Condado, Pombal, Sousa e Paulista, todas localizadas no Sertão da Paraíba.
Por Patos Online
Com informações da DHE/Patos
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